Ex-mulher de Nem da Rocinha, Danúbia Rangel é presa ao dar à luz no Rio de Janeiro
Danúbia Rangel, figura conhecida nos arredores da comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro e ex-companheira do traficante Antônio Francisco Bomfim Lopes, vulgo “Nem da Rocinha”, foi detida por policiais nesta quinta-feira (23). A prisão ocorreu em uma unidade hospitalar na Zona Oeste do Rio, logo após o nascimento de seu filho. Danúbia é acusada de integrar uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e posse de armas. A ação policial visa desarticular grupos que atuam em comunidades e replicam a violência em diversas áreas da cidade. Sua detenção, em um momento tão delicado como o pós-parto, gerou repercussão e levanta discussões sobre a atuação das forças de segurança em situações específicas. A estratégia de prender indivíduos envolvidos em atividades criminosas, mesmo em circunstâncias pessoais sensíveis, tem se tornado cada vez mais comum como forma de demonstrar rigor no combate à criminalidade e para evitar que a captura seja dificultada por meios de terceiros em um ambiente hospitalar. A justiça busca, com isso, dar uma resposta rápida à sociedade sobre a impunidade que por vezes assola o ambiente do crime organizado no país. A prisão de Danúbia Rangel é parte de uma operação maior que tem como objetivo desmantelar a estrutura do tráfico na região da Rocinha, que por anos foi controlada por seu ex-companheiro Nem. A influência de Nem dentro da comunidade era vasta, e sua prisão anterior não impediu que sua rede de influência continuasse operando, com membros de sua família e parceiros assumindo posições de comando. A atuação de Danúbia, mesmo após a prisão de Nem, é vista pelas autoridades como crucial para a manutenção do poder de facções criminosas, justificando sua detenção. A polícia trabalha com a hipótese de que ela utilizava de sua posição e contatos para dar continuidade às atividades ilegais mesmo após o encarceramento do ex-marido, o que sugere uma participação ativa em esquemas criminosos que vão além de um simples relacionamento afetivo com Nem. A investigação que levou à prisão de Danúbia Rangel envolveu meses de monitoramento e coleta de provas que indicam seu envolvimento em diversas atividades criminosas. Relatos de testemunhas e interceptações telefônicas teriam sido fundamentais para a expedição do mandado de prisão. A força-tarefa responsável pela operação busca comprovar a participação de Danúbia em crimes como lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e até mesmo em ações violentas para manter o controle territorial. A hipótese é que ela tenha se tornado uma peça chave na hierarquia do tráfico após a prisão de Nem, exercendo um papel de liderança ou de articulação importante para a facção. Esse tipo de atuação feminina em posições de destaque no crime organizado é um fenômeno crescente no Brasil e que exige atenção especial das autoridades, pois demonstra uma adaptação e profissionalização do submundo. A detenção de Danúbia Rangel, agora sob custódia policial, reabre questionamentos sobre a segurança pública e a eficácia das políticas de combate ao crime organizado. A população da Rocinha e seus entornos acompanha atentamente os desdobramentos desta prisão, na esperança de que ela contribua para uma maior tranquilidade e diminuição da violência na região. A expectativa é que, com a retirada de figuras-chave como Danúbia do cenário, a capacidade de atuação das organizações criminosas seja significativamente mitigada, abrindo caminho para novas abordagens em termos de desenvolvimento social e reintegração comunitária. A justiça agora terá o papel de julgar os atos que lhe são imputados e definir seu futuro legal.