EUA revogam visto do presidente colombiano Gustavo Petro após falas em ato pró-Palestina
A decisão do governo dos Estados Unidos de revogar o visto do presidente colombiano, Gustavo Petro, marca um ponto de tensão diplomática entre os dois países. Segundo fontes americanas, a medida foi tomada devido a “ações imprudentes” e declarações do líder colombiano durante um ato público em Nova York, que se alinhava com pautas pró-Palestina. Essa ação, que impede a entrada de um chefe de Estado em território americano, é incomum e reflete a gravidade com que o governo dos EUA interpretou as falas de Petro, possivelmente por considerá-las contrárias aos interesses ou à política externa americana na região do Oriente Médio.
Gustavo Petro, conhecido por suas posições progressistas e, por vezes, críticas à política externa de potências mundiais, tem sido um defensor vocal dos direitos do povo palestino. Sua participação e discurso em Nova York, que culminaram na revogação de seu visto, parecem ter cruzado uma linha para os Estados Unidos. A explicação oficial fala em “ações imprudentes”, mas não detalha com precisão quais declarações ou comportamentos específicos motivaram a decisão. Isso abre margem para especulações sobre o conteúdo exato do discurso e o contexto em que foi proferido, bem como sobre a interpretação que Washington deu às palavras do presidente colombiano.
A resposta de Petro à revogação do visto foi marcada por ironia. Ele publicou em suas redes sociais que não voltaria a ver o Pato Donald, uma referência ao famoso personagem da Disney que reside na Disneylândia, localizada nos Estados Unidos. Essa manifestação demonstra uma tentativa de desqualificar a importância da decisão americana, minimizando o impacto de não poder mais entrar nos EUA e, ao mesmo tempo, alfinetando a influência cultural americana. Contudo, por trás da ironia, a revogação do visto de um presidente em exercício é um ato diplomático de grande peso, que pode afetar não apenas as relações bilaterais, mas também a percepção internacional sobre a liberdade de expressão e os limites diplomáticos.
Este episódio levanta questões importantes sobre a diplomacia, a liberdade de expressão de líderes mundiais e as complexas relações geopolíticas envolvidas no conflito israelo-palestino. Os Estados Unidos, como um ator central na diplomacia internacional, frequentemente utilizam o poder de visto como uma ferramenta de política externa. No entanto, a aplicação retroativa ou preventiva contra um chefe de Estado em exercício é rara e indica um descontentamento significativo com a postura de Petro. As consequências dessa decisão para as relações Colômbia-EUA e para a posição da Colômbia no cenário global ainda estão por ser totalmente compreendidas, mas certamente adicionam uma camada de complexidade à já delicada situação no Oriente Médio.