Uma estudante trans da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi encontrada morta um mês após seu desaparecimento. A investigação policial aponta para o namorado da jovem como principal suspeito do crime, que teria sido motivado pela recusa em assumir a relação. Antes de sumir, a vítima teria preparado um dossiê contra o companheiro, detalhando supostos abusos e ameaças que sofria. Este material é considerado pela polícia uma peça chave para desvendar o caso e entender a dinâmica do relacionamento.

O desaparecimento da estudante, que vinha de um relacionamento discreto devido à resistência do namorado em expor a relação, chocou amigos e familiares. O pai da jovem, em depoimento emocionado, revelou que tinha uma visão diferente do genro antes dos acontecimentos, destacando a dificuldade em processar a reviravolta. A descoberta do corpo em Ilha Solteira, interior de São Paulo, intensificou a busca pela verdade e pela justiça para a vítima.

A polícia prendeu dois suspeitos ligados ao caso, incluindo o namorado. As investigações preliminares sugerem que o crime pode ter sido premeditado, com elementos de chantagem e controle exercidos pelo suspeito. O dossiê preparado pela estudante, com informações sobre alegada violência e possível encobrimento, fortalece a hipótese de que ela tentava se proteger e expor a situação.

O caso levanta discussões importantes sobre relacionamentos abusivos, preconceito e a luta por visibilidade e aceitação, especialmente na comunidade LGBTQIA+. A comunidade acadêmica e ativistas expressam pesar e exigem rigor na investigação, para que os responsáveis sejam devidamente punidos e para que a memória da estudante seja honrada. A contextualização desses eventos em um cenário de desafios enfrentados por pessoas trans no Brasil é fundamental para a compreensão do caso.