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Eletrobras conclui venda da Eletronuclear para J&F; irmãos Batista expandem atuação no setor de energia

A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (8) a venda de sua subsidiária integral Eletronuclear para o grupo J&F Investimentos, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O acordo, que envolve um valor total de R$ 3,8 bilhões, representa um marco na estratégia de desinvestimento da Eletrobras, que busca focar em seus ativos considerados mais rentáveis e com menor risco regulatório. Para a J&F, a aquisição sinaliza uma expansão significativa em seu portfólio, que já abrange áreas como agronegócio, alimentos e finanças, agregando agora o complexo e estratégico setor de energia nuclear, que inclui as usinas de Angra 1 e Angra 2. A operação também abre caminho para a discussão sobre a retomada das obras da usina de Angra 3, um projeto paralisado há anos e que representa um desafio técnico e financeiro considerável. A perspectiva de um novo controlador com capacidade de investimento e gestão pode viabilizar a conclusão da terceira usina nuclear do país. A saída da Eletrobras da Eletronuclear, vista por parte do mercado como a venda de “último grande risco” da companhia, impulsionou as ações da estatal na bolsa, refletindo o otimismo dos investidores com a reestruturação em curso e a consolidação da nova estratégia de negócios da empresa. A transação, que passou por diversas etapas e negociações, finalmente chega ao fim, trazendo um senso de alívio e de conclusão para os envolvidos. A entrada da J&F no setor nuclear levanta debates sobre o futuro da energia nuclear no Brasil e o papel dos grandes conglomerados privados em projetos de infraestrutura de longo prazo e alta complexidade. A expectativa é que a nova gestão da Eletronuclear priorize a eficiência operacional, a segurança das instalações e a exploração de todo o potencial produtivo das usinas existentes, além de, possivelmente, buscar soluções para destravar o projeto de Angra 3. O setor de energia nuclear é caracterizado por altos custos de investimento, longos prazos de construção e um ambiente regulatório rigoroso, o que torna a entrada da J&F neste segmento um movimento audacioso e que será acompanhado de perto pelo mercado e pelo governo. A capacidade da J&F de gerenciar um ativo tão complexo e de grande responsabilidade como a Eletronuclear será crucial para o sucesso desta nova fase. O governo, por sua vez, demonstra interesse em encontrar um caminho para Angra 3, que, se concluída, poderá aumentar significativamente a capacidade de geração de energia elétrica do Brasil, contribuindo para a segurança energética nacional e para a diversificação da matriz energética do país. A análise de viabilidade e a possível retomada das obras de Angra 3 serão temas de grande relevância nos próximos meses.