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Eleições na Bolívia: Evo Morales comanda campanha fantasma enquanto país debate futuro do Salar de Uyuni

Nas sombras de um complexo florestal, Evo Morales, figura proeminente da política boliviana, orquestra uma campanha eleitoral que muitos descrevem como fantasma. A três dias das eleições presidenciais, o ex-mandatário, impedido de concorrer, exerce uma influência significativa nos bastidores, buscando reerguer a força política de seu partido em um cenário marcado por divisões na esquerda e um avanço da centro-direita nas pesquisas. A estratégia de Morales, longe dos holofotes tradicionais, visa mobilizar a base de apoio do Movimiento al Socialismo (MAS) e reverter a tendência de queda nas intenções de voto, em um contexto de forte polarização. A capacidade do MAS em superar essas rachaduras internas será crucial para o resultado final.

A direita boliviana parece ter capitalizado a fragmentação da esquerda e a impopularidade que assolou governos recentes. Pesquisas de opinião indicam que a disputa presidencial se encaminha para um segundo turno, com candidatos de centro-direita saindo na frente. No entanto, a possibilidade de uma surpresa, impulsionada por movimentos sociais ou figuras carismáticas emergentes, não pode ser completamente descartada. O cenário político exibe uma complexidade ímpar, onde alianças instáveis e trajetórias individuais podem alterar drasticamente o panorama eleitoral nas últimas horas antes da votação.

Em um movimento que pode indicar turbulências internas ou a antecipação de desafios posteriores, o presidente em exercício da Bolívia decidiu promover uma troca no comando das Forças Armadas. A decisão, tomada a apenas três dias da realização das eleições presidenciais, levanta questionamentos sobre as motivações e os possíveis impactos no clima político do país. A institucionalidade das Forças Armadas e sua relação com os processos democráticos são temas de grande sensibilidade na Bolívia, especialmente em períodos eleitorais delicados.

O futuro do icônico Salar de Uyuni, a maior planície de sal do mundo, emergiu inesperadamente como um dos temas centrais do debate eleitoral na Bolívia. A exploração de lítio em vasta escala, um mineral essencial para a fabricação de baterias, tem gerado preocupação entre ambientalistas e comunidades locais, que temem os impactos negativos sobre o ecossistema único do Salar. Candidatos de diversas vertentes políticas têm apresentado propostas distintas para o desenvolvimento econômico do país atrelado à exploração de recursos naturais, colocando em lados opostos a necessidade de crescimento econômico e a preservação ambiental, um dilema que molda as expectativas para o futuro da Bolívia.