O Estádio Municipal de El Alto, palco do confronto entre Bolívia e Brasil, é um dos mais impressionantes do planeta em termos de localização geográfica. Situado a uma altitude de 4.150 metros acima do nível do mar, ele ostenta o título de segundo estádio mais alto do mundo. Essa característica impõe um desafio significativo para os atletas, que precisam lidar com a rarefação do oxigênio, o que afeta diretamente o desempenho físico e a capacidade de recuperação durante a partida. A preparação da Seleção Brasileira para mitigar esses efeitos tem sido uma prioridade, incluindo o desembarque em Santa Cruz de la Sierra, que fica ao nível do mar, permitindo uma aclimatação mais gradual antes de seguir para El Alto. Esta estratégia visa minimizar o impacto da altitude, que pode causar fadiga precoce, dores de cabeça e, em casos mais graves, o mal de altitude.

O técnico Carlo Ancelotti sinalizou que pretende realizar uma série de testes e mudanças na equipe titular para o confronto. Com oito alterações previstas em relação ao último jogo, a ideia é dar oportunidade a jogadores que tiveram menos minutos em campo e testar diferentes formações táticas. Essa abordagem pode ser crucial para avaliar a performance do time sob condições adversas de altitude, além de manter o grupo motivado e engajado. A gestão física dos atletas torna-se ainda mais importante neste cenário, onde a intensidade do jogo pode ser comprometida pela baixa concentração de oxigênio no ar. O Brasil já garantiu sua vaga na próxima Copa do Mundo, mas o objetivo é manter um bom retrospecto e observar o desenvolvimento do elenco.

A estratégia de ancelotti para o jogo na Bolívia vai além das mudanças táticas; ela engloba um planejamento logístico e de saúde detalhado. A equipe médica da CBF tem monitorado de perto a condição física dos jogadores, especialmente após o anúncio de que um titular apresentou um leve incômodo muscular. A decisão de poupar ou escalar este jogador dependerá da avaliação final, mas a prioridade é garantir que todos os atletas estejam em plenas condições para enfrentar os rigores da altitude e do jogo em si. A possibilidade de desfalque de um jogador chave adiciona mais um elemento de complexidade à preparação, exigindo que o restante do elenco esteja pronto para assumir responsabilidades maiores.

Enfrentar a Bolívia em El Alto não é apenas um desafio futebolístico, mas também uma experiência que testa os limites físicos e psicológicos dos jogadores. A história do futebol já registrou diversos jogos onde a altitude foi um fator determinante, e o Brasil não é exceção. A memória de partidas difíceis na Bolívia serve como um alerta e um incentivo para uma preparação ainda mais meticulosa. A confiança na capacidade de adaptação da equipe e nas estratégias implementadas por ancelotti são fundamentais para superar mais este obstáculo e encerrar as Eliminatórias com um resultado positivo, consolidando o trabalho desenvolvido até aqui.