O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou suas redes sociais para responder às críticas feitas pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que o classificou como um ‘problema da direita’. Eduardo rebateu Zema, acusando o governador de dialogar majoritariamente com a elite financeira. Segundo o deputado, a declaração de Zema foi uma reação à sua atuação em defesa de pautas que não agradam a esse grupo. Ele sugeriu que Zema estaria mais preocupado com os interesses de banqueiros e investidores do que com o rumo da direita no país. Eduardo Bolsonaro, conhecido por posições mais alinhadas a uma base mais popular e pela defesa de temas como a liberdade de armas, parece ter visado diferenciar seu posicionamento do que ele percebe como um alinhamento mais conservador e elitista do governador mineiro. A discussão, portanto, transcende a mera divergência política pessoal, tocando em pontos cruciais sobre a composição e as prioridades do espectro da direita brasileira. As críticas de Eduardo sobre a ‘turminha da elite financeira’ sugerem uma visão de que o apoio de Zema a certas políticas econômicas, possivelmente de liberalização ou corte de gastos, teria beneficiado esse grupo, afastando-o das bases populares que Bolsonaro e seu filho buscam representar. Essa polarização interna dentro da direita pode indicar futuras disputas por liderança e pela definição da agenda ideológica do bloco. A menção a possíveis articulações anteriores de Eduardo com Donald Trump, em contraponto às críticas de Zema, também reforça a ideia de diferentes estratégias e alinhamentos internacionais dentro do campo conservador brasileiro. O debate público travado em plataformas digitais ganha contornos de uma disputa pela narrativa e pelo controle do discurso dentro da direita, evidenciando as tensões entre diferentes vertentes ideológicas e estratégicas para alcançar o eleitorado. Essa troca de farpas, embora pareça pessoal, reflete uma divisão mais profunda sobre o que constitui a verdadeira direita e quais são seus pilares de sustentação. A figura de Eduardo Bolsonaro como um elo entre a base bolsonarista e eventuais articulações internacionais, contraposta à visão de Zema mais focada em uma agenda econômica liberal clássica, aponta para diferentes caminhos que a direita brasileira pode trilhar. As consequências dessa disputa interna podem influenciar o cenário político nacional, especialmente em eleições futuras e na formatação de alianças. A quem a direita brasileira vai se alinhar em termos de discurso e de práticas políticas é uma questão que está sendo definida nesse embate.