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Economia mundial- Soluções e barreiras

nov 12, 2021

Pandemia e economia se tornarão termos intimamente relacionados e bem conhecidos. Afinal a recessão de nível mundial causada pelo COVID-19, fez com que a dívida global do governo chegasse ao seu maior número já registrado em um só ano. Assim é normal que preocupações e previsões sobre a economia do ano seguinte seja do interesse de todos nós. Então vem saber o que esperar do próximo ano econômico.

O quadro geral

A dívida do governo bateu um recorde de cinco décadas de 97% do PIB e nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o recorde foi de três décadas, de 63% do PIB em 2020.

E mesmo nesse quadro perigoso, podemos dizer que a economia mundial se recuperou dessa recessão severa, a recuperação mais forte de qualquer recessão global em oito décadas.  Com certeza uma das recuperações mais rápidas de uma inflação global, após uma caída brusca.

A Inflação ajuda?

Bem, a inflação pode ajudar a minimizar a dívida real, se aumentar a renda nominal mais rapidamente do que as taxas de juros nominais. Assim a inflação geralmente quando é combinada com a repressão financeira, pode sim receber um crédito por reduções de dívidas, tal como aconteceu após a Segunda Guerra Mundial e na América Latina nas décadas de 1980 e 1990.

Mas é claro que a inflação tem suas desvantagens sendo usada como estratégia de redução da dívida. Pois a desinflação natural que é necessária para retornar a uma inflação baixa e estável é economicamente cara.

Além disso, é bem difícil que a inflação diminua os encargos reais da dívida de maneira duradoura quando a parcela da dívida de curto prazo ou denominada em moeda estrangeira (que no nosso caso é o dólar) é grande.

Em países emergentes e com a economia em desenvolvimento, como o Brasil, a dívida do governo que é avaliada em moeda estrangeira representou 42% da dívida do governo em 2019. Assim, se uma grande parte da dívida é de curto prazo, as taxas de juros sobre a dívida recém-emitida aumentarão com a inflação porque os investidores exigirão taxas de juros mais altas em compensação.

Por fim, à medida que a alta inflação se fixa num país, ela reflete nitidamente nas taxas de juros nominais e não reduz mais o valor real da dívida. Por isso mesmo que a repressão financeira impeça um aumento nas taxas de juros para acompanhar a inflação, é uma política que ofusca a atividade econômica e é difícil de se manter após décadas de mercados financeiros e contas de capital abertos. Assim é muito arriscado usar a inflação como técnica de redução de dívidas de longo prazo.

O crescimento

A História economia também mostra que alguns países já conseguiram sim reduzir a dívida real ao atingir taxas de crescimento superiores às taxas de juros. Na verdade, na maioria das vezes, inclusive durante a década de 2010, as taxas de crescimento foram suficientemente altas para exceder o custo dos juros da dívida do governo nas economias avançadas e também nas emergentes. Mas é preciso ter muita calma. Por que o crescimento sozinho não é suficiente para reduzir a dívida por longos períodos.

Os períodos de taxas de juros abaixo das taxas de crescimento geralmente não duram muito. Os países com maiores níveis de dívida tendem a ter maiores diferenciais de taxa de juros-crescimento e estes se corroem muito mais rápido em meio a mudanças drásticas econômicas.

Em situações reais de redução da dívida por meio de crescimento rápido geralmente seguiram períodos em que a dívida aumentou rapidamente após choques isolados, como guerras ou catástrofes naturais.

Barreira de insegurança

Bem, caso a inflação e o crescimento falhem como mecanismos de redução das dívidas de maneira durável, os países emergentes com um índice de endividamento muito alto podem recorrer ao default ou à reestruturação da dívida.  Para se ter uma ideia, nos últimos 200 anos, a economia avançada média deixou de pagar mais do que o dobro da dívida externa e a média das economias emergentes mais de quatro vezes.

Mas entre 64 grandes economias, houve pelo menos 68 episódios de inadimplência da dívida interna. E essa situação levou a uma inflação galopante e resultados macroeconômicos significativamente piores.

Por isso, a inadimplência e a reestruturação da dívida externa podem dar alívio imediato da dívida, mas também impõem custos de longo prazo. Os rendimentos dos títulos são mais altos para compensar o risco de inadimplência; o acesso ao mercado internacional de capitais é restringido; e a estabilidade financeira está em risco se os títulos de dívida do governo por bancos domésticos forem grandes.

Problema vs solução

Todos os tópicos ditos aqui são prova de que a economia é uma matéria complexa e delicada. Por isso economistas no mundo todo alertam sobre como analisar bem cada passo antes de ser tomado.

A inflação, as taxas de crescimento e a reestruturação da dívida são só algumas das maneiras de combater esse abalo econômico mundial. Mas como já dito, podem ser barreiras para maior insegurança ainda no cenário econômico.

Então por isso podemos dizer que os países que já não estavam com sua economia muito estável e com altos índices de dívidas, tiveram com a pandemia uma recessão severa acompanhada de uma oportunidade de minimizar suas dívidas aumentadas. Porém, se vão conseguir aproveitar essa oportunidade para alavancar sua economia ou deixa-la ainda mais abalada dependerá apenas de cada país. Para mais informações leia na integra Projeção para crescimento da economia.

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