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Dólar hoje sobe a R$ 5,48 com tensão geopolítica e impasse Brasil-EUA

O dólar comercial fechou o dia em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,48, impulsionado por um conjunto de fatores que aumentaram a aversão ao risco no mercado financeiro. A tensão geopolítica global, especialmente a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e o aumento das tensões no Oriente Médio, tem levado investidores a buscar refúgio em ativos considerados mais seguros, como o dólar americano. Essa busca por segurança tende a desvalorizar moedas de mercados emergentes, como o real brasileiro, que são vistas como mais voláteis em cenários de incerteza.

Adicionalmente, a relação diplomática e econômica entre Brasil e Estados Unidos tem apresentado recentes atritos, com um impasse em negociações importantes que criam um clima de incerteza para os investidores. Embora os detalhes específicos do impasse não tenham sido totalmente divulgados, o mercado reage negativamente a qualquer sinal de instabilidade nas relações bilaterais, especialmente considerando o peso dos Estados Unidos como parceiro comercial e fonte de investimentos para o Brasil. Essa falta de clareza e a possibilidade de medidas protecionistas ou desentendimentos em acordos comerciais podem afetar o fluxo de capital estrangeiro para o país.

O cenário interno brasileiro também contribui para a volatilidade. A expectativa em relação às futuras decisões de política monetária do Banco Central, a inflação persistente em alguns setores e a incerteza fiscal continuam a pesar sobre a confiança dos investidores. Qualquer sinal de deterioração nas contas públicas ou de uma política monetária menos previsível pode aumentar a percepção de risco associada ao Brasil, levando à fuga de capitais e à consequente desvalorização da moeda local em relação ao dólar. A bolsa de valores também sentiu o impacto, com o Ibovespa operando em queda durante a maior parte do dia.

No contexto internacional, a perspectiva de manutenção de juros altos nos Estados Unidos por mais tempo também exerce pressão sobre moedas emergentes. Taxas de juros mais elevadas nos EUA tornam os investimentos em títulos americanos mais atraentes em comparação com ativos de maior risco em economias emergentes. Isso pode levar a uma saída de recursos de países como o Brasil, que buscam maiores retornos em aplicações de menor risco, impactando diretamente a taxa de câmbio e o custo de importar produtos essenciais para a economia nacional. A gestão macroeconômica e a capacidade de atrair e reter investimentos estrangeiros tornam-se, portanto, cruciais neste momento.