O dólar comercial fechou em alta de 0,94%, cotado a R$ 5,37, refletindo uma combinação de fatores internos e externos que aumentaram a cautela dos investidores. No cenário doméstico, a derrota do governo na votação da Medida Provisória (MP) 1.303, que tratava de aspectos tributários, gerou apreensão quanto à capacidade de articulação política e à trajetória fiscal do país. Essa instabilidade política pode impactar a confiança de investidores e o planejamento de longo prazo. Externamente, a alta da moeda americana também foi influenciada por um sentimento de aversão ao risco global, impulsionado por dados econômicos mistos em economias desenvolvidas e pela persistência de incertezas geopolíticas. Investidores tendem a buscar ativos considerados mais seguros em momentos de maior volatilidade. A queda da Bolsa brasileira, medida pelo Ibovespa, acompanhou o movimento de aversão ao risco, registrando perdas significativas. A derrubada da MP, que poderia trazer alguma previsibilidade para o setor financeiro, também contribuiu para o desânimo do mercado acionário. Agregado a isso, a expectativa por novos dados de inflação no radar do Banco Central adiciona um elemento de cautela, pois pode influenciar as decisões futuras de política monetária. Analistas apontam que a correlação entre a moeda americana e o desempenho da bolsa é comum em economias emergentes, onde a volatilidade cambial afeta diretamente a rentabilidade de empresas com exposição internacional ou custos em moeda estrangeira. A trajetória fiscal do Brasil, um tema sensível para agências de rating e fundos de investimento, volta a ganhar destaque com esse tipo de evento. A capacidade do Executivo em negociar com o Congresso e garantir a aprovação de pautas econômicas relevantes será crucial para mitigar a percepção de risco e atrair investimentos. As próximas semanas serão determinantes para observar como o governo reagirá a essa derrota e quais medidas adotará para restabelecer a confiança no mercado.