Dólar tem a maior queda anual desde 2016 e fecha 2025 cotado a R$ 5,48
O ano de 2025 marcou um período de forte desvalorização para o dólar frente ao real, registrando sua maior queda percentual desde 2016. A moeda americana encerrou o ano cotada a R$ 5,48, um recuo expressivo de aproximadamente 11,17% em relação ao seu valor de abertura. Este desempenho contrasta com anos anteriores onde a volatilidade e a alta da divisa eram temas recorrentes na economia brasileira. A queda consistente ao longo dos meses sugere uma melhora na percepção de risco do país e um ambiente macroeconômico mais favorável, incluindo a gestão das contas públicas e a inflação sob controle. O cenário internacional também pode ter contribuído, com a política monetária de grandes economias sinalizando possíveis cortes de juros, reduzindo o apelo do dólar como ativo de refúgio.
Diversos fatores macroeconômicos e políticos foram cruciais para essa trajetória descendente do dólar. A combinação de uma política monetária atrativa, com taxas de juros elevadas no Brasil (o ciclo de aperto monetário pode ter sido significativo ou o Banco Central manteve uma postura firme por mais tempo que o esperado em outras economias), aliada a uma melhora nas contas externas, com superávits comerciais robustos e possíveis entradas de investimentos estrangeiros diretos, criaram um ambiente propício para a apreciação do real. A estabilidade política e a aprovação de reformas estruturais que sinalizassem um compromisso com o ajuste fiscal e a sustentabilidade da dívida pública também seriam determinantes para aumentar a confiança dos investidores internacionais e reduzir a demanda por dólar.
Essa desvalorização do dólar teve repercussões significativas em diversos setores da economia. Para o comércio exterior, um real mais forte tende a encarecer as exportações, mas, simultaneamente, barateia as importações, o que pode beneficiar o consumidor com produtos estrangeiros mais acessíveis e estimular a concorrência no mercado interno. No entanto, um reflexo mais imediato seria a redução da pressão inflacionária, já que o custo de bens importados e insumos que utilizam componentes internacionais tende a cair. Para empresas com dívidas em dólar, o alívio seria considerável, reduzindo os custos de financiamento e melhorando a saúde financeira.