O dólar comercial apresentou avanço no pregão desta terça-feira, refletindo um ambiente de cautela nos mercados financeiros. A moeda americana encontrou suporte em declarações políticas recentes, com o presidente Jair Bolsonaro confirmando apoio à candidatura de seu filho, Flávio Bolsonaro, o que gerou movimentações e incertezas no cenário político interno. Esse fator, somado a uma agenda econômica com poucos indicadores relevantes no período pós-Natal, contribuiu para a volatilidade observada. A busca por ativos de refúgio também pode ter impulsionado a alta da divisa estrangeira.

Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, operou em queda, sofrendo pressões tanto de fatores domésticos quanto internacionais. A carta divulgada pelo presidente Bolsonaro em apoio a Flávio Bolsonaro intensificou as preocupações sobre a estabilidade política e o futuro governo, levando investidores a reavaliarem seus portfólios. A escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China também adicionou um tempero de aversão ao risco global, impactando negativamente os mercados emergentes como o brasileiro.

A liquidez reduzida característica do período de fim de ano também tem contribuído para as oscilações mais acentuadas em ambos os mercados. Com menos volume negociado, movimentos pontuais tendem a ter um impacto maior sobre os preços. Nesse contexto, leilões realizados pelo Banco Central para injeção de liquidez e a expectativa em torno de futuras decisões de política monetária continuam sendo pontos de atenção para os investidores, embora o foco principal permaneça nas sinalizações políticas e nos desenvolvimentos geopolíticos.

A conjuntura econômica global, marcada por incertezas quanto ao crescimento e às políticas monetárias das principais potências, adiciona uma camada extra de complexidade. A interação entre fatores internos, como o desenrolar de questões políticas e a condução da política econômica, e externos, como as disputas comerciais e a saúde da economia mundial, define o comportamento dos investimentos no Brasil. A capacidade do governo em transmitir segurança e previsibilidade será crucial para a retomada da confiança e a atração de capital estrangeiro no médio prazo.