Dilma Rousseff: A Previsão de Armazenar Vento e Sol se Torna Realidade Global
Em um recente evento do BRICS, a ex-presidente Dilma Rousseff trouxe à tona um de seus pronunciamentos mais marcantes e, na época, controversos: a ideia de “armazenar vento e sol”. Relembrando as críticas e o ceticismo que enfrentou em 2015, quando muitas vezes foi taxada de ignorante por sua proposta, Dilma ressaltou a virada de paradigma que ocorreu desde então. Ela enfatizou que o que antes era visto como uma ideia excêntrica, hoje se consolidou como uma das principais e mais promissoras áreas da matriz energética global, demonstrando sua perspicácia e visão de futuro em relação às energias renováveis. A defesa da transição energética se mostrou como um pilar central em seu discurso, um tema cada vez mais urgente diante dos desafios climáticos que o planeta enfrenta.
Na ocasião, Dilma Rousseff não apenas defendeu a importância da transição energética como um caminho inevitável para um futuro mais sustentável, mas também enviou um recado direto à imprensa tradicional brasileira. A postura da ex-presidente em confrontar o ceticismo inicial e defender suas convicções, evidenciando a evolução do debate sobre energias renováveis, serve como um contraponto à narrativa que muitas vezes marginalizou ou ridicularizou essas pautas. A declaração, feita em um fórum internacional de grande relevância como o BRICS, amplifica a discussão sobre a necessidade de investimentos e políticas claras para o setor, posicionando o Brasil em um debate global.
A estratégia de “estocar vento” e capturar a energia solar, que Dilma Rousseff propôs, está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia. Baterias de grande escala, como as de íon-lítio e outras químicas emergentes, são cruciais para garantir a estabilidade da rede elétrica em momentos de baixa geração eólica ou solar. Além disso, outras soluções como o hidrogênio verde, produzido pela eletrólise da água utilizando energia renovável, e o armazenamento por ar comprimido (CAES) também ganham destaque como alternativas viáveis para guardar o excesso de energia produzida. A capacidade de armazenar energia de fontes intermitentes é um dos gargalos tecnológicos que precisa ser transposto para que as energias renováveis possam substituir de forma eficaz os combustíveis fósseis.
O que Dilma Rousseff vislumbrou em 2015, e que gerou tantas críticas na época, hoje é reconhecido mundialmente como uma peça-chave para a descarbonização da economia. Diversos países já implementam políticas ambiciosas de armazenamento de energia, reconhecendo seu potencial para aumentar a confiabilidade e a resiliência dos sistemas elétricos. A Alemanha, por exemplo, tem investido massivamente em sistemas de armazenamento de baterias para complementar sua forte participação de energia eólica e solar. A China, líder em produção de energia solar e eólica, também tem expandido rapidamente sua capacidade de armazenamento. O Brasil, com seu vasto potencial para geração de energia eólica e solar, tem a oportunidade de se posicionar na vanguarda dessa revolução energética, superando desafios históricos e construindo um futuro mais limpo e resiliente.