Dilma Rousseff: Ninguém quer assumir protagonismo global dos EUA e Banco dos Brics investe bilhões no Brasil
Dilma Rousseff, atual presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos Brics, expressou uma visão crítica sobre o cenário geopolítico atual, afirmando que nenhuma nação parece disposta a assumir um papel de protagonismo global em substituição aos Estados Unidos. Essa declaração, feita em um contexto de reconfiguração de poderes no cenário internacional, sugere um vácuo de liderança ou uma hesitação generalizada entre as grandes potências em assumir responsabilidades globais mais amplas. Ela recordou ainda críticas que sofreu no passado sobre o armazenamento de energia eólica, defendendo que suas políticas estavam corretas e visionárias para a época, antecipando a necessidade de diversificação energética e sustentabilidade. A defesa de Dilma sobre suas ações passadas reforça sua postura como uma defensora de políticas de longo prazo e inovação. A atuação do Banco dos Brics, sob sua presidência, tem sido marcada por investimentos significativos em países membros, com destaque para o Brasil. Recentemente, o NDB aprovou o financiamento de US$ 6,3 bilhões para 29 projetos no país, abrangendo áreas como infraestrutura, energia renovável e saneamento básico. Essa injeção de capital visa impulsionar o desenvolvimento econômico e social brasileiro, alinhado com os objetivos estratégicos da bloco dos Brics. O banco tem se posicionado como um importante player no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, oferecendo alternativas aos tradicionais bancos multilaterais de desenvolvimento. A afirmação de Dilma de que não há competição por recursos entre os países membros no NDB ressalta o espírito de cooperação e desenvolvimento mútuo que o banco busca cultivar. Ela enfatizou que o foco está em atender às necessidades de desenvolvimento de cada nação membro, promovendo um crescimento equitativo e sustentável. Essa abordagem colaborativa é fundamental para o fortalecimento do bloco e para a construção de uma ordem econômica mundial mais multipolar e inclusiva, onde as economias emergentes tenham mais voz e autonomia. Por fim, Dilma Rousseff defendeu a importância de o Brics atuar na captação de outras moedas em suas operações, mas ponderou que não percebe um sinal claro de desdolarização no mercado financeiro global. Embora o Banco dos Brics incentive o uso de moedas locais em transações, a dominância do dólar como moeda de reserva e de comércio internacional permanece forte. O desafio, segundo ela, é criar mecanismos financeiros que permitam maior flexibilidade e autonomia às economias emergentes, reduzindo a dependência excessiva de uma única moeda forte e promovendo um sistema financeiro internacional mais estável e diversificado, que reflita melhor o novo panorama econômico global com a ascensão de novas potências. Ela ainda mencionou sua capacidade de estocar vento, uma crítica que recebeu à época de sua gestão, ressaltando que suas propostas eram inovadoras e com foco em energia sustentável. Isso demonstra que o Banco dos Brics, sob sua liderança, busca fortalecer a cooperação e o desenvolvimento mútuo entre as nações do bloco, atuando como um importante motor de investimento em projetos estratégicos para o crescimento e a sustentabilidade. As palavras de Dilma reforçam a necessidade de um olhar mais crítico sobre a governança global e a importância de instituições como o NDB para impulsionar o desenvolvimento das economias emergentes e promover um sistema financeiro internacional mais equilibrado.