Dilma Rousseff defende moedas locais e critica sanções em reunião do Banco dos Brics
A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, em sua participação na reunião do banco, também conhecido como Banco dos Brics, destacou a importância do financiamento climático e advogou pelo uso de moedas locais nas transações entre os países membros. Sua fala vai ao encontro de um esforço mais amplo de desdolarização e de fortalecimento das economias emergentes, buscando alternativas ao domínio do dólar americano no comércio internacional. Essa postura visa oferecer maior autonomia e segurança financeira aos países em desenvolvimento, reduzindo a dependência de flutuações cambiais e de políticas monetárias externas. O NDB, desde sua concepção, tem o objetivo de financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do BRICS e em outras economias emergentes, atuando como uma alternativa aos bancos multilaterais de desenvolvimento tradicionais. Ao priorizar o fomento a iniciativas voltadas para a sustentabilidade e a inclusão, o banco busca alinhar as necessidades de desenvolvimento com as metas ambientais globais, uma agenda cada vez mais urgente diante das mudanças climáticas. A defesa de um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo sustentável, inclusivo e justo reflete uma visão de longo prazo para a economia global, onde o crescimento não seja obtido à custa do equilíbrio ecológico ou do aprofundamento das desigualdades sociais. A crítica às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump durante sua presidência nos Estados Unidos ressoa com a preocupação de que políticas protecionistas e o uso de sanções comerciais podem prejudicar o fluxo global de investimentos e o crescimento econômico, especialmente para as nações em desenvolvimento. O debate sobre a viabilidade financeira e os impactos concretos e sustentáveis do modelo do NDB, como mencionado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sublinha a importância de apresentar resultados tangíveis que justifiquem a existência e o propósito do banco perante a comunidade internacional e os próprios países membros. A instituição busca consolidar sua posição como um player financeiro relevante, capaz de prover recursos essenciais para projetos que promovam o progresso e a melhoria da qualidade de vida de milhões de pessoas, ao mesmo tempo em que navega em um cenário geopolítico e econômico complexo e em constante mutação. A divergência de economistas sobre a austeridade fiscal, conforme reportado pelo G1, indica que a condução da política econômica por parte de governos emergentes é sempre alvo de intensos debates, com diferentes visões sobre os melhores caminhos para garantir a estabilidade e o crescimento econômico. Neste contexto, a atuação de Dilma Rousseff no Banco dos Brics, defendendo novas abordagens e criticando práticas de outras nações, posiciona o NDB como um agente de transformação e alternativa no sistema financeiro global.