O Distrito Federal se torna o palco de uma operação de combate à dengue em larga escala com a liberação de seis milhões de mosquitos Aedes aegypti que carregam a bactéria Wolbachia. A iniciativa, apoiada pela Secretaria de Saúde e outras esferas governamentais, marca um passo importante na busca por métodos mais eficazes e menos dependentes de pesticidas para controlar a população do mosquito vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A liberação ocorrerá em várias regiões do DF, com o objetivo de que os mosquitos portadores da Wolbachia se reproduzam com mosquitos selvagens, transmitindo a bactéria para as gerações futuras. A expectativa é que, com a disseminação da Wolbachia, as populações de mosquitos transmissores de doenças diminuam significativamente, pois a bactéria interfere na capacidade dos mosquitos de transmitir vírus como o da dengue. A metodologia Wolbachia, desenvolvida pelo Fiocruz e Monash University, já demonstrou sucesso em estudos e em programas de campo em outras partes do mundo e em cidades brasileiras como Blumenau (SC) e em algumas regiões de Goiás. O método é considerado seguro para humanos e para o meio ambiente, pois não envolve a alteração genética dos mosquitos, mas sim a introdução de uma bactéria natural que já coexiste com insetos em outros ambientes. A estratégia não visa eliminar completamente os mosquitos, mas sim reduzir a sua capacidade de transmitir doenças, diminuindo o impacto dessas enfermidades na saúde pública. A população do DF é orientada a não interferir na soltura dos mosquitos e a observar as áreas de liberação, que serão divulgadas pelas autoridades de saúde. A abrangência territorial e o volume de mosquitos liberados são inéditos no Brasil, o que reforça o compromisso da região com a inovação em saúde pública. Além da soltura, ações de educação e conscientização serão realizadas para explicar o funcionamento da tecnologia e a importância da colaboração da comunidade para o sucesso do programa.