O grandioso desfile militar realizado em Pequim, em comemoração aos 70 anos da fundação da República Popular da China, foi uma das maiores demonstrações de poderio militar e organização estatal já vistas. Sob o olhar atento de Xi Jinping, a parada contou com a participação de mais de 15.000 soldados, além de demonstrações de tecnologia militar de ponta, incluindo mísseis intercontinentais e outros armamentos avançados. A sincronia e a disciplina das tropas foram destacadas por observadores, refletindo o controle e a autoridade do Partido Comunista Chinês. Milhões de pessoas acompanharam o evento pelas ruas e pela televisão, evidenciando a forte aderência popular ao regime, cuidadosamente orquestrada pelo governo.
A cerimônia não foi apenas uma exibição de força militar, mas também um espetáculo de propaganda política, projetando a imagem de uma China unida, forte e próspera sob a liderança de Xi Jinping. A presença de líderes de diversos países, ainda que em menor número do que em ocasiões anteriores, serviu para fortalecer os laços diplomáticos da China e projetar sua influência global. O foco na modernização do exército e na soberania nacional, temas centrais do discurso de Xi Jinping, enviou uma mensagem clara para o cenário internacional. A escolha da vestimenta tradicional por parte de Xi Jinping, em certas aparições públicas durante as celebrações associadas ao desfile, foi cuidadosamente analisada por especialistas como uma estratégia para reforçar sua conexão com a cultura e a história chinesas, consolidando uma imagem de líder nacionalista e protetor da identidade do país.
A repercussão internacional não tardou, com declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que expressou sua preocupação com o crescente poderio chinês. Trump afirmou que os Estados Unidos perderam sua influência na Índia e na Rússia para a China, sugerindo uma mudança no equilíbrio geopolítico global. Essas declarações refletem a competição estratégica entre as duas maiores economias do mundo e a percepção de que a política externa chinesa tem sido bem-sucedida em expandir sua esfera de influência em regiões tradicionalmente próximas aos interesses ocidentais. A crescente assertividade chinesa em diversas frentes tem sido um ponto de atenção para governos ao redor do mundo.
Analisando o contexto histórico, o desfile marca um momento crucial na trajetória da China sob a liderança de Xi Jinping, que consolidou seu poder e implementou políticas ambiciosas tanto no âmbito doméstico quanto no internacional. A busca por uma «grande nação» e a reafirmação da posição da China como uma potência global são objetivos claros de sua administração. O desfile, portanto, serve como um marco para reforçar essa narrativa e demonstrar a capacidade do país de projetar poder e influência, adaptando-se às complexidades do cenário geopolítico atual e buscando moldar um novo sistema de relações internacionais, onde a China ocupa um papel de protagonismo incontestável.