A exposição solar, embora benéfica em doses moderadas pela produção de vitamina D, apresenta riscos significativos à saúde da pele quando excessiva e desprotegida. A dermatologista Dra. Ana Silva destaca que os raios ultravioleta (UV) A e B são os principais responsáveis por danos celulares, que a longo prazo podem levar ao envelhecimento precoce, manchas, e o mais grave, ao desenvolvimento de câncer de pele. Ela ressalta que a proteção solar deve ser um hábito diário, independentemente da estação do ano ou da cobertura de nuvens, pois os raios UV conseguem atravessar a atmosfera e atingir a pele.

Profissões que demandam trabalho externo contínuo colocam seus praticantes em uma situação de maior vulnerabilidade. Trabalhadores da construção civil, agricultores, vendedores ambulantes, motoristas de aplicativos e professores que ministram aulas em ambientes externos estão entre os grupos mais expostos. Para esses indivíduos, a exposição solar não se limita a um período de lazer, mas sim a uma constante durante toda a jornada de trabalho, o que potencializa os efeitos nocivos dos raios UV, aumentando a incidência de queimaduras solares e lesões pré-cancerígenas, como as queratoses actínicas.

A prevenção se torna, portanto, a arma mais poderosa contra os danos solares. O uso regular de protetor solar com alto fator de proteção (FPS), de preferência acima de 30, com amplo espectro de proteção contra UVA e UVB, é fundamental. Além disso, o uso de roupas que cubram a pele, chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção UV são medidas complementares indispensáveis. Em ambientes de trabalho, a implementação de pausas em áreas sombreadas e, sempre que possível, a utilização de tendas ou toldos para criar refúgios do sol são estratégias importantes para mitigar a exposição acumulada.

A conscientização sobre os sinais de alerta na pele, como pintas que mudam de tamanho, forma ou cor, feridas que não cicatrizam e sensações de coceira ou dor em lesões cutâneas, é crucial. Exames dermatológicos periódicos são altamente recomendados, especialmente para indivíduos com histórico familiar de câncer de pele ou com alta exposição solar ocupacional. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento e na cura de lesões malignas e pré-malignas, preservando a saúde e a qualidade de vida desses trabalhadores.