Deputados criticam Zema por chamar moradores de rua de ‘chiqueiros humanos’
A fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, comparando áreas ocupadas por pessoas em situação de rua a verdadeiros ‘chiqueiros humanos’ tem gerado forte repercussão e críticas contundentes por parte de parlamentares da oposição. Zema argumentou que a ausência de políticas públicas eficazes para lidar com a população em vulnerabilidade social resulta na criação dessas condições, as quais, segundo ele, ‘só causam perturbação’ e não oferecem dignidade. Essa perspectiva ignora as complexas causas da situação de rua, como a falta de moradia digna, o desemprego, a exclusão social e problemas de saúde mental, frequentemente agravados pela própria sociedade. A forma como a questão é tratada pela administração estadual tem sido questionada, com a alegação de que falta empatia e soluções estruturais. Deputados criticam a postura que estigmatiza e desumaniza um grupo já marginalizado, defendendo que o foco deveria ser na implementação de programas sociais abrangentes e na garantia de direitos básicos, como moradia, saúde e trabalho. Ao invés de buscar culpados ou criar rótulos negativos, é fundamental que o Estado assuma sua responsabilidade na promoção da cidadania e na reinserção social dessas pessoas. A sociedade organizada e os movimentos sociais também têm se posicionado contra a disseminação desse tipo de discurso, que, segundo eles, fomenta ainda mais o preconceito e a aversão, dificultando a busca por soluções efetivas e humanas para um problema social complexo e multifacetado. Um verdadeiro ‘chiqueiro’ é a falta de políticas públicas eficazes e a ausência de compaixão diante do sofrimento humano, e não as pessoas que vivenciam essa dura realidade buscando um mínimo de sobrevivência em meio à indiferença. É preciso guinchar o preconceito e os discursos de ódio, e não as pessoas que mais precisam de apoio e dignidade, transformando a forma como a gestão pública lida com essa questão tão sensível, com bases sólidas em direitos humanos e justiça social, priorizando a dignidade humana acima de tudo.