O uso crescente de canetas emagrecedoras, como o Ozempic e seus análogos, tem ganhado destaque não apenas pela promessa de perda de peso, mas também por uma série de efeitos colaterais que vão além do observado inicialmente pelos médicos. Um dos impactos quetem acendido um alerta entre profissionais da odontologia é a saúde bucal, com relatos associados a uma condição popularmente conhecida como “dente de Ozempic”. Essa denominação genérica abrange uma série de problemas que podem surgir ou se agravar com o uso dessas substâncias, frequentemente ligadas à diminuição da produção salivar e alterações no metabolismo glandular. A boca seca, ou xerostomia, é um sintoma comum associado a essas medicações, e a saliva desempenha um papel crucial na higiene oral, na neutralização de ácidos produzidos por bactérias e na remineralização do esmalte dentário. Com a redução do fluxo salivar, o risco de cáries aumenta significativamente, assim como a incidência de doenças gengivais e periodontais, uma vez que a proteção natural da boca fica comprometida. Além disso, alguns pacientes relatam perda de suporte ósseo ao redor dos dentes, o que pode levar à mobilidade dentária e, em casos mais severos, à perda dos dentes. Essas alterações podem ser resultado tanto da própria ação do medicamento no metabolismo geral quanto de uma nutrição dietética restritiva frequentemente adotada por usuários, que pode levar à deficiência de vitaminas e minerais essenciais para a saúde bucal e óssea. A preocupação com a segurança do uso dessas substâncias é ainda maior diante da proliferação de golpistas que utilizam o número de CRM de médicos para comercializar versões falsificadas ou não regulamentadas dessas canetas emagrecedoras. A compra de produtos de procedência duvidosa expõe os consumidores a riscos ainda maiores, pois a composição e a dosagem desses medicamentos podem ser completamente desconhecidas, potencializando efeitos adversos graves e imprevisíveis para a saúde geral e bucal.