A recente demissão de Washington Reis do governo do Rio de Janeiro, sob a gestão do governador Cláudio Castro, mergulhou o estado em uma crise política notória, com repercussões imediatas na dinâmica de poder local. A decisão de afastar o então secretário, que vinha sendo apontado como um desafeto interno, ocorreu em um momento particularmente delicado, enquanto o governador se encontrava em viagem oficial. Essa manobra, interpretada por muitos como uma demonstração de força ou uma articulação política estratégica, levantou dúvidas sobre as reais motivações e os bastidores dessa exoneração, especialmente considerando a influência de figuras proeminentes no cenário político fluminense. A movimentação de Bacellar, que se reuniu com Flávio Bolsonaro e prefeitos um dia após a demissão, intensificou as especulações sobre alinhamentos e possíveis novas composições de poder. A ascensão de André Moura, descrito como um “supersecretário” com forte trânsito tanto em esferas estaduais quanto federais, adiciona uma camada de complexidade a este cenário. Sua trajetória, que o levou de uma cidade pequena em Sergipe ao topo do governo do Rio, sugere uma capacidade de articulação e influência significativa. A dualidade de suas conexões, atuando em âmbitos estadual e federal, o posiciona como uma figura chave em negociações e na definição de rumos políticos, tornando sua participação neste episódio ainda mais relevante. A divisão de forças entre o poder estadual e federal no Rio de Janeiro é um fator histórico e recorrente que se manifesta em diferentes momentos e circunstâncias. Neste caso específico, a demissão de Reis e as subsequentes reuniões políticas parecem ter exposto essas tensões e alinhamentos subjacentes. A forma como essas diferentes esferas de poder interagem e disputam influência na administração pública fluminense é crucial para entender a governabilidade e a estabilidade política do estado em questão. A análise aprofundada deste episódio permite vislumbrar as complexas relações que moldam a política do Rio de Janeiro.