Defesa de Bolsonaro refuta acusações da PF, classifica como peça política e nega lawfare com base em rascunho
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu firmemente às recentes movimentações da Polícia Federal e ao Superior Tribunal Federal (STF), classificando as acusações em voga como uma clara tentativa de instrumentalização política e um episódio de lawfare. Os advogados argumentam que a PF não apresentou indícios robustos que comprovem qualquer descumprimento de medidas impostas a Bolsonaro, nem que o rascunho de uma minuta, encontrado em seus pertences, sirva como prova de uma intenção de fuga, menos ainda para a Argentina, país que, segundo eles, não seria um destino de asilo. Esta postura reflete uma estratégia de contra-ataque, visando desacreditar a investigação e proteger a imagem do ex-presidente. A tese da defesa sustenta que o conteúdo das mensagens trocadas pelo ex-presidente em aplicativos como o Whatsapp, frequentemente citado nas investigações, não pode ser equiparado a postagens em redes sociais, diferindo em natureza e contexto, o que, na visão deles, exime Bolsonaro de responsabilidades sobre interpretações equivocadas ou maliciosas dessas comunicações. A contextualização dessas trocas de mensagens é vista como fundamental para afastar qualquer alegação de intenção ilícita. Além disso, a defesa de Bolsonaro tem criticado abertamente o que considera ser uma perseguição orquestrada, com o objetivo de minar a reputação e a liberdade do ex-mandatário. A narrativa apresentada pelos advogados busca construir uma imagem de vítima, ressaltando a falta de provas concretas e o uso de expedientes questionáveis pelas autoridades para justificar as ações. O termo lawfare, que descreve a utilização do direito como arma de combate político, é central na argumentação defensiva. A defesa ainda se debruça sobre o número de mensagens enviadas, cerca de 300, argumentando que tal volume não constitui, por si só, uma irregularidade ou indicativo de conduta criminosa, especialmente considerando o contexto de comunicação privada e a ausência de regulamentação específica para o uso do aplicativo Whatsapp em investigações. Eles enfatizam que o vazio de indícios é o ponto central de sua defesa, buscando desmantelar qualquer conexão entre as ações de Bolsonaro e os crimes imputados.