Uma nova pesquisa do instituto Datafolha divulgada na última quinta-feira (29) aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto para a Presidência da República com 47%, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo lugar com 28%. Em relação à pesquisa anterior, realizada em junho, Lula manteve os mesmos 47%, enquanto Bolsonaro oscilou levemente para cima, de 27% para 28%. A pesquisa ouviu 2.556 eleitores em todo o país entre os dias 28 e 29 de setembro, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O registro da pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-01707/2022. A pesquisa também mostrou que o número de eleitores que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo chegou a 38%, contra 35% que o avaliam como ótimo ou bom. Uma parcela de 25% considera o governo regular. Na comparação com um levantamento de junho, a avaliação negativa do governo manteve-se estável, enquanto a positiva caiu de 37% para 35%, e a regular subiu de 23% para 25%. Estes dados refletem a percepção pública sobre a gestão federal, impactando diretamente o cenário eleitoral. O contexto de polarização política e as diversas crises econômicas e sociais têm moldado a opinião dos eleitores no Brasil. A relação com as instituições, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF), também tem sido pauta de discussões e pesquisas de opinião, evidenciando a complexa dinâmica da democracia brasileira. Nesse cenário, a maioria dos brasileiros (58%) expressa ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto apenas 30% afirmam ter orgulho da atuação da Corte. Os dados são parte da mesma pesquisa Datafolha e reforçam a insatisfação de uma parcela significativa da população com a instituição. O levantamento também indicou que 61% dos entrevistados consideram desnecessária a convocação de um referendo sobre a descriminalização do aborto, e 35% que a discussão sobre a descriminalização do aborto deve ser livre e sem restrições. Estes números somados demonstram um sentimento geral de apreensão em relação a temas sensíveis na sociedade brasileira. A percepção sobre o STF e a sua atuação tem sido um ponto recorrente em debates públicos e políticos, especialmente em momentos de maior tensão institucional. A alta taxa de desaprovação reflete, em parte, a judicialização da política e as controvérsias em torno de decisões tomadas pelos ministros. A pesquisa, portanto, oferece um retrato importante do sentimento nacional em relação a um dos pilares do Estado Democrático de Direito, indicando que a confiança nas instituições ainda é um desafio a ser superado no Brasil e um fator que pode ser explorado nas campanhas eleitorais. A forma como as campanhas presidenciais e os candidatos abordarão essas questões de confiança institucional e avaliação de instituições como o STF pode ser um diferencial na conquista do eleitorado. Em relação às eleições para o Senado, 33% dos entrevistados disseram que votariam em branco ou nulo para Senador, 25% votariam em um candidato indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, e 19% em um candidato indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O percentual de quem votaria em um candidato indicado pelo PT chegou a 15%, enquanto 14% votariam em um indicado pelo PL. Outras indicações somaram 8%. A avaliação do Congresso Nacional também foi motivo de preocupação, com 55% expressando vergonha do parlamento, e 35% demonstrando orgulho. Esses dados sobre as eleições legislativas demonstram um certo distanciamento do eleitorado em relação aos seus representantes, algo que pode ser agravado pela percepção negativa das instituições em geral. A tendência de voto nulo ou branco em eleições proporcionais, como a de senador, é um reflexo dessa insatisfação e pode indicar um desejo por renovação ou uma completa descrença no sistema político atual.