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Danúbia Rangel, ex-mulher de Nem da Rocinha, é presa após parto no Rio

Danúbia de Souza Rangel, figura conhecida na Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, foi detida por policiais civis na última quarta-feira enquanto se recuperava em uma maternidade após dar à luz. A prisão ocorreu em flagrante, e segundo as autoridades, ela é considerada uma figura importante no tráfico de drogas na região, atuando como uma espécie de “xerifa” e administrando os negócios ilícitos deixados pelo seu ex-marido, Antônio Francisco Bomfim Lopes, o Nem da Rocinha. Sua identidade como influenciadora digital também chamou atenção, contrastando com o seu envolvimento no submundo do crime, o que gerou grande repercussão nas redes sociais e na mídia.

A atuação de Danúbia Rangel no controle do tráfico é apontada pelas investigações como de grande relevância para a organização criminosa na Rocinha. Após a prisão de Nem em 2011 e sua subsequente extradição para os Estados Unidos, Rangel teria assumido um papel de liderança, gerenciando a contabilidade e a logística da venda de entorpecentes. Essa posição estratégica a colocou no radar da polícia, que vinha monitorando seus passos. Sua capacidade de manter a estrutura do tráfico ativa, mesmo com o principal líder fora do país, evidencia uma organização e um poder consideráveis dentro da comunidade.

Na maternidade, Danúbia Rangel foi autuada por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A polícia apreendeu em sua posse uma quantidade de drogas, além de dinheiro e outros materiais que indicariam sua participação direta nas atividades criminosas. A presença de uma criança recém-nascida no momento da prisão gerou um debate sobre os direitos do bebê e os procedimentos legais a serem adotados em tais circunstâncias. A defesa de Rangel provavelmente argumentará sobre a condição de sua cliente e a necessidade de cuidado com o recém-nascido.

O caso de Danúbia Rangel levanta questões importantes sobre a dinâmica do crime organizado no Rio de Janeiro, onde figuras femininas podem desempenhar papéis centrais na manutenção e expansão de redes de tráfico. Sua dualidade como figura pública nas redes sociais, com centenas de milhares de seguidores, e seu envolvimento com atividades criminosas, expõe uma faceta complexa do crime contemporâneo, onde a imagem e a influência digital podem ser usadas como escudo ou como ferramenta para a coesão de grupos ilegais. A prisão de Rangel representa, portanto, mais um capítulo na longa batalha das autoridades contra o narcotráfico nas grandes cidades brasileiras.