Crise da Enel em SP: Tarcísio busca responsabilizar governo federal enquanto empresa aponta falhas na gestão estadual
A recente crise energética que assolou o estado de São Paulo, especialmente após fortes ventanias, trouxe à tona um embate político e corporativo de grandes proporções. O governador Tarcísio de Freitas tem buscado transferir a responsabilidade pela precariedade do serviço de energia elétrica fornecido pela Enel ao governo federal, alegando que a concessionária opera sob um marco regulatório que exige maior intervenção da União. Essa estratégia visa aliviar a pressão pública sobre a gestão estadual e, ao mesmo tempo, expor supostas deficiências na supervisão federal do setor. A postura de Tarcísio, no entanto, foi duramente criticada pela empresa Enel. Representantes da concessionária compararam o governador a um “marido traído que culpa o sofá”, sugerindo que ele estaria buscando culpados externos para mascarar falhas na própria gestão estadual e na coordenação com os órgãos competentes. Essa retórica acirrada reflete a complexidade da situação, onde questões técnicas de infraestrutura e operação se misturam a interesses políticos e disputas de poder. O impacto dos apagões prolongados, que deixaram cidades como Salesópolis e Mogi das Cruzes às escuras por dias, foi severo e multifacetado. Além do transtorno básico para a população, o setor de bares, hotéis e restaurantes sofreu perdas milionárias devido à interrupção das atividades, ao desperdício de alimentos e à impossibilidade de atender clientes. A falta de energia elétrica também afetou o abastecimento de água, com o retorno do fornecimento hídrico dependendo diretamente da religação da rede elétrica, estendendo o sofrimento de milhares de cidadãos. A discussão sobre a responsabilidade pela crise da Enel em São Paulo está longe de terminar. Enquanto Tarcísio de Freitas insiste na tese de negligência federal, a Enel defende sua atuação e aponta para a necessidade de um diálogo mais construtivo com as autoridades estaduais. A sociedade, por sua vez, aguarda soluções imediatas e eficazes para garantir a segurança e a continuidade do fornecimento de energia, bem como um plano de contingência robusto que evite a repetição de episódios tão danosos no futuro, abordando a interconexão entre infraestrutura energética e serviços essenciais como o abastecimento de água.