Crescimento do Aluguel no Brasil: Mais de 46 Milhões de Brasileiros Vivem de Aluguel, Aponta IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um panorama alarmante sobre o mercado imobiliário brasileiro, revelando que a população que reside em imóveis alugados ultrapassou a marca de 46 milhões de pessoas, estabelecendo um novo recorde histórico no país. Este aumento significativo na dependência do aluguel reflete uma mudança profunda nos padrões de moradia e nas condições socioeconômicas de grande parte da população. Paralelamente, a pesquisa aponta para uma redução na porcentagem de famílias com casa própria quitada, que caiu de 66,8% para 61,6%, evidenciando um cenário onde a conquista da casa própria se torna cada vez mais desafiadora para muitos brasileiros. Essa transição para o aluguel pode ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a dificuldade de acesso ao crédito imobiliário, a alta dos preços dos imóveis, a instabilidade no mercado de trabalho e a própria dinâmica urbana que favorece a mobilidade, mas aumenta a vulnerabilidade financeira. Além disso, a pesquisa sugere que, embora a renda mais elevada possa ter levado a uma melhoria na qualidade das moradias alugadas, esse benefício vem acompanhado de uma crescente dependência financeira dos locatários em relação ao pagamento mensal do aluguel. Essa dependência acarreta um risco maior em períodos de crise econômica, desemprego ou aumentos inesperados nos valores dos aluguéis, impactando diretamente o orçamento familiar e a segurança habitacional. A ascensão do aluguel como modalidade predominante de moradia também levanta questões sobre a política habitacional do país, a necessidade de regulamentação do mercado de locação e a criação de mecanismos que facilitem o acesso à propriedade, especialmente para as camadas de menor renda, garantindo assim maior estabilidade e bem-estar para a população. A tendência de aumento na informalidade e na fragilidade habitacional exige atenção das autoridades para a formulação de políticas públicas eficazes.