A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS viveu um momento de tensão nesta terça-feira (data exata do evento, se disponível) com o depoimento de Lázaro Gouveia, ex-assessor especial do Ministério da Economia durante o governo Bolsonaro e conhecido como seu golden boy. Gouveia, figura central em investigações sobre supostos esquemas fraudulentos envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social, optou por exercer seu direito ao silêncio em diversas perguntas-chave, especialmente aquelas que envolviam seu ex-chefe, Onyx Lorenzoni, e a possibilidade de repasse de propina. A postura de Gouveia gerou frustração entre os parlamentares, que esperavam esclarecimentos sobre as volumosas movimentações financeiras investigadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Lázaro Gouveia teria movimentado cerca de R$ 240 milhões, segundo análises preliminares do Coaf, com transferências que apresentariam incompatibilidades com suas declarações de bens e renda, levantando sérias suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção. A defesa de Gouveia alegou que o depoente não cometeu irregularidades e que possui provas robustas que sustentariam sua inocência, mas a recusa em responder perguntas diretas deixou um véu de incertezas sobre o caso. Paralelamente, a CPMI ouviu depoimentos que reforçam a gravidade do escândalo. Um ex-integrante do conselho de Previdência Social, cujo nome não foi divulgado de imediato, declarou à Comissão que alertou o então ministro Carlos Lupi sobre descontos indevidos nos benefícios previdenciários, indicando um possível conhecimento prévio por parte das autoridades sobre as práticas lesivas. Essa informação adiciona uma nova camada de complexidade à investigação, sugerindo uma possível negligência ou até mesmo conivência em níveis superiores de gestão. O contexto da CPMI do INSS é de extrema importância para a compreensão da dinâmica política e econômica do país. A Previdência Social é um pilar fundamental do bem-estar social brasileiro, e quaisquer irregularidades em sua gestão têm impacto direto na vida de milhões de cidadãos. As investigações buscam não apenas identificar e punir os responsáveis por fraudes, mas também propor medidas que fortaleçam os mecanismos de controle e fiscalização, prevenindo futuros desvios e garantindo a sustentabilidade do sistema previdenciário em face de desafios como o envelhecimento populacional e a instabilidade econômica.