Uma onda de investigações, impulsionada por delações e investigações jornalísticas, abala a Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo, revelando um cenário alarmante de corrupção e sonegação fiscal. As denúncias, que ganharam força com informações apuradas pelo consultor que atuava na pasta, indicam que a Ultrafarma, uma gigante do setor farmacêutico, teria sonegados aproximadamente 60% de suas vendas. Este esquema de fraude fiscal se estenderia por diversos anos, causando um prejuízo bilionário aos cofres públicos paulistas e levantando sérias questionamentos sobre a fiscalização e o compliance dentro de uma das secretarias mais importantes do governo estadual. A magnitude da suposta sonegação sugere um plano organizado e de longa data, que teria envolvido a conivência ou participação ativa de agentes públicos. A reportagem da Folha, ecoada por diversos outros veículos de imprensa, detalha como a prática de corrupção teria se tornado rotina na pasta durante a gestão do atual governador Tarcísio de Freitas, intensificando o escrutínio sobre as ações de controle interno e a eficiência dos mecanismos de combate à fraude. A investigação MP-SP, que se aprofunda em mais cinco auditores fiscais além dos já citados em casos envolvendo a Ultrafarma e a Fast Shop, aponta para um possível desmantelamento de uma rede criminosa que operava dentro do próprio órgão fiscalizador. Seriam estes auditores os responsáveis por facilitar ou ignorar as práticas ilegais, possivelmente em troca de benefícios financeiros, configurando um grave crime de lesa-pátria e abuso de poder. O caso levanta a necessidade de uma auditoria externa e independente, que possa varrer a fundo todas as operações suspeitas e garantir a integridade do sistema tributário paulista. A promessa do governador Tarcísio de Freitas de uma “mão pesada do Estado” contra fraudes no ICMS demonstra a gravidade da situação e a urgência em restabelecer a confiança pública nas instituições. Contudo, a eficácia dessas medidas dependerá da transparência nas apurações e da punição exemplar dos envolvidos, sejam eles agentes públicos ou empresários que se beneficiaram desses esquemas ilícitos. A sociedade espera ações concretas que vão além do discurso, transformando a crise em uma oportunidade para reformar e fortalecer os controles dentro da Secretaria da Fazenda, garantindo que impostos devidos sejam efetivamente recolhidos, fomentando um ambiente de negócios mais justo e competitivo para todos. A investigação em curso, que busca desvendar as complexidades deste intrincado esquema, é um passo crucial para coibir a sonegação fiscal e restaurar a integridade do serviço público em São Paulo.