A descoberta chocante de quatro corpos mumificados no necrotério do Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro, lançou luz sobre um cenário de abandono e descaso que chocou a população e as autoridades. Os corpos, que estavam em avançado estado de decomposição e mumificação, indicam um período prolongado de negligência na administração e nos cuidados com os falecidos. A Polícia Federal já iniciou as investigações para apurar as circunstâncias que levaram a essa situação inadmissível, buscando identificar os responsáveis pela guarda e pelo destino final dos corpos. A situação levanta sérias questões sobre os protocolos de gestão de necrotérios em unidades de saúde públicas e a necessidade de fiscalização rigorosa. Além dos corpos mumificados, a polícia apura outros dez casos de corpos entregues ao Instituto Médico Legal (IML) em decomposição avançada, o que reforça a hipótese de um problema sistêmico e de longa data na unidade hospitalar. O descaso com os corpos pode ter implicações éticas, legais e de saúde pública, uma vez que a adequada conservação e o sepultamento digno são direitos básicos dos falecidos e de seus familiares. A expectativa é que as investigações revelem a extensão do problema e levem à responsabilização dos envolvidos, além de implementar medidas para evitar que tais horrores se repitam em outras instituições. Autoridades de saúde e segurança pública foram acionadas e prometeram rigor na apuração dos fatos, visando restaurar a confiança pública e garantir que os mortos recebam o tratamento e o respeito que merecem.