O Corinthians avança em discussões internas sobre a reforma do seu estatuto, com um dos pontos centrais sendo a potencial adesão ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Alessandro Tuma, presidente do Conselho Deliberativo, tem sido a voz oficial para esclarecer os detalhes sobre essa projeção, assegurando que, caso o clube opte pela SAF, haverá mecanismos rigorosos para garantir que o controle majoritário permaneça sob a égide dos associados. Esta decisão, que precisa passar por aprovação em assembleia, visa equilibrar a busca por novas fontes de investimento com a preservação da identidade corintiana, permitindo que o clube mantenha seu poder de decisão.

Um dos pilares dessa reforma estatutária é a democratização do processo de voto. O anteprojeto prevê a inclusão do sócio-torcedor nas decisões importantes do clube, concedendo a ele o direito de participar de votações que antes eram restritas a outros segmentos do quadro associativo. Essa medida busca fortalecer o engajamento da base de torcedores e aproximá-los ainda mais da gestão do Corinthians, reconhecendo sua importância fundamental para o clube. Paralelamente, a reforma contempla o fim da possibilidade de reeleição para o cargo de presidente, um movimento pensado para promover a renovação na liderança e evitar a perpetuação no poder, incentivando novas candidaturas e projetos.

A instituição da SAF no Corinthians não se trata de uma venda total do clube, mas sim de uma reestruturação societária que pode atrair investimentos externos. O projeto de reforma do estatuto detalha os requisitos e limitações que regerão essa eventual transição, visando proteger o patrimônio e os interesses do Corinthians. O objetivo é abrir portas para capital que possa impulsionar o futebol, as categorias de base e a infraestrutura, ao mesmo tempo em que se estabelecem salvaguardas claras para que o clube não perca sua essência e seu controle estratégico, especialmente no que se refere às decisões mais relevantes para o futuro da instituição.

As discussões sobre a reforma do estatuto e a possível adoção da SAF vêm gerando debates acalorados entre os corintianos. Há um entendimento geral acerca da necessidade de modernização e de captação de recursos, mas a forma como isso será feito é crucial. A posição de Tuma tem sido de cautela e transparência, enfatizando que qualquer passo nesse sentido será dado com o devido debate e a aprovação dos órgãos competentes, sempre priorizando a saúde financeira e a perenidade do Corinthians no cenário esportivo nacional e internacional. A expectativa é que as propostas sejam apresentadas em breve para análise e votação.