A proximidade da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém do Pará, tem trazido à tona uma série de desafios logísticos, sendo a hospedagem um dos mais proeminentes. Relatos indicam que os preços de diárias em hotéis de categoria três estrelas na capital paraense estão surpreendentemente elevados, chegando a superar em quase o dobro o valor cobrado por estadias em hotéis de renome internacional e cinco estrelas no Rio de Janeiro, como o famoso Copacabana Palace. Essa disparidade levanta sérias preocupações sobre a viabilidade de participação de delegados com orçamentos mais restritos, além de impactar o público em geral que planeja acompanhar o evento. A Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo brasileiro, responsáveis pela organização do evento em conjunto com o país anfitrião, enfrentam o desafio de garantir que a COP30 seja acessível em todos os sentidos. A falta de infraestrutura hoteleira adequada para um evento de tal magnitude, combinada com a alta demanda previsível, parece estar impulsionando esses preços exorbitantes, gerando críticas e pedidos por soluções urgentes por parte do Ministério do Turismo e dos órgãos competentes. O dilema reside em como equilibrar a oferta de alojamento com a demanda crescente sem comprometer o acesso, ponto fundamental para a credibilidade e o sucesso de uma conferência global focada em sustentabilidade e cooperação. As autoridades precisam intervir para mitigar essa questão, possivelmente por meio de subsídios, parcerias com hotéis para negociação de tarifas especiais, ou até mesmo o fomento de opções de hospedagem alternativa mais acessíveis, garantindo que Belém possa acolher todos os participantes de maneira justa e equitativa. A gestão desse problema é crucial para a imagem do Brasil como anfitrião e para o próprio êxito dos debates e acordos que serão firmados durante a conferência, especialmente considerando que o tema central é a justiça climática e a inclusão. A acessibilidade financeira para a participação é um reflexo direto dos princípios que a COP busca defender, e falhar nesse aspecto pode minar a mensagem e os objetivos do evento. Portanto, a atuação proativa do governo em garantir preços justos e acessíveis para hospedagem é um passo indispensável para o sucesso da COP30. A declaração do Ministro do Turismo, assegurando preços justos, oferece um fio de esperança, mas a execução e a transparência nesse processo serão determinantes para a sua credibilidade. O papel do governo brasileiro na coordenação com os provedores de estadia em Belém é fundamental para endereçar essa contingência, assegurando que o foco permaneça nas discussões climáticas e não nas barreiras financeiras para a participação. As declarações de que o problema de hospedagem é do governo brasileiro enfatizam a responsabilidade central na organização e execução de um evento de proporções globais. O planejamento minucioso do que envolve uma conferência de alto nível como a COP, que atrai milhares de participantes de todo o mundo, é essencial para antecipar e resolver gargalos como a questão da hospedagem. A infraestrutura existente em Belém, embora em desenvolvimento, pode não ter acompanhado o ritmo da projeção de público para um evento desta magnitude, exigindo medidas extraordinárias para suprir essa lacuna. A necessidade de acomodar delegados, representantes de ONGs, cientistas, ativistas e jornalistas de diversas partes do globo em condições dignas e economicamente viáveis é um desafio complexo. A organização da COP, em última instância, deve refletir os valores de inclusão e sustentabilidade que a própria conferência preconiza. A viabilidade econômica para que todos possam participar é um aspecto intrínseco desse compromisso. Assim sendo, é imperativo que o poder público atue de forma decisiva, implementando políticas que garantam tarifas condizentes com a realidade da maioria dos participantes, sem comprometer a qualidade e a segurança das acomodações. A gestão transparente e eficiente dos recursos e acordos com o setor hoteleiro será crucial para o sucesso na resolução desta questão, assegurando que Belém possa sediar um evento internacional de grande relevância para o futuro do planeta com a excelência e a inclusão que lhe são devidas.