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Congresso Argentino Restringe Poder de Milei em Decretos; Eleições em Buenos Aires Testam Popularidade

O cenário político argentino está em ebulição com o Congresso Nacional avaliando medidas que buscam restringir significativamente a prerrogativa do presidente Javier Milei de emitir decretos de necessidade e urgência (DNU). Essa iniciativa, que já obteve aprovação no Senado, representa um revés para o estilo de governo que viu uma concentração de poder nas mãos do executivo. A proposta visa fortalecer o papel do legislativo na aprovação ou rejeição de medidas que afetam diretamente a vida dos cidadãos, em um movimento que busca reequilibrar a relação entre os poderes em um momento delicado para a estabilidade democrática do país. Caso aprovada pela Câmara de Deputados, a medida exigirá a aprovação conjunta de ambas as casas para a validade de qualquer decreto presidencial, aumentando o escrutínio e o potencial de negociação política. Essa mudança legislativa surge em um contexto de forte polarização e de pressão econômica que o governo de Milei tem enfrentado desde o início de seu mandato. A oposição, reunida em diversas frentes ideológicas, tem se mobilizado para criar barreiras ao avanço de pautas que consideram excessivamente liberais e que podem aprofundar as desigualdades sociais. A dependência de Milei em DNU para implementar sua agenda econômica e social tem sido um ponto de discórdia constante, acendendo debates sobre a legitimidade e a necessidade de tais instrumentos em um regime democrático que preza pela participação parlamentar. Ainda neste domingo, a província de Buenos Aires será palco de eleições cruciais que funcionarão como um primeiro grande termômetro da popularidade de Javier Milei após sua ascensão à presidência. Os resultados dessas eleições são aguardados com grande expectativa, pois qualquer sinal de declínio na aprovação popular pode impactar diretamente a capacidade do governo de avançar com suas reformas. O governo tem capitalizado em uma plataforma de forte crítica ao establishment político e a promessas de austeridade fiscal e liberalização econômica, mas a implementação dessas políticas tem gerado protestos e preocupações entre diversos setores da sociedade argentina que temem o impacto social de um ajuste fiscal severo. Adicionalmente, um escândalo envolvendo a irmã e principal conselheira de Milei, Karina Milei, tem adicionado uma camada extra de complexidade à sua gestão, potencialmente minando a imagem de renovação e moralidade que o presidente buscou projetar. A exposição de possíveis irregularidades ou conflitos de interesse em torno de sua família pode afetar a confiança do eleitorado, especialmente em um país com uma longa história de desconfiança em relação à classe política. A forma como Milei lidará com essas crises, tanto no front legislativo quanto na esfera eleitoral, determinará em grande medida a sustentabilidade de seu projeto político nos próximos anos.