Durante o recente embate em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Congresso Nacional emergiu como o principal alvo de críticas nas redes sociais, concentrando 61% das menções negativas, segundo uma pesquisa recente. Essa concentração de descontentamento online aponta para uma estratégia comunicacional eficaz por parte do governo em transferir a responsabilidade e a insatisfação popular para o Poder Legislativo. A intensificação das campanhas nas redes, com a esquerda buscando ampliar seu alcance através de um novo foco na oposição ao Congresso, evidencia a disputa pelo discurso e pela opinião pública em um ambiente digital cada vez mais polarizado. No entanto, o alcance dessas campanhas ainda parece ser superado pela movimentação da direita nas mesmas plataformas, sugerindo que a narrativa governista, embora presente, enfrenta desafios para dominar completamente o debate online. A tendência de oposição ao sistema, historicamente explorada por diversos espectros políticos, parece ser capitalizada agora pelo governo em sua interação com a população, transformando o Congresso em um adversário percebido pelo público. Essa manobra tática, contudo, pode ser vista como um presente para a oposição, que pode se beneficiar dessa percepção popular de descontentamento com o Legislativo para fortalecer sua própria plataforma e argumentação. A pesquisa revela um cenário complexo onde as redes sociais se tornam um campo de batalha político crucial, com campanhas de desinformação e narrativas direcionadas moldando a percepção pública e influenciando o apoio e a oposição a diferentes poderes da República. A eficácia em direcionar a insatisfação popular para um único segmento do espectro político pode trazer benefícios de curto prazo para o governo, mas também intensifica a fragmentação social e a desconfiança nas instituições democráticas, exigindo uma análise mais aprofundada das consequências a longo prazo dessa estratégia de comunicação política.