CONAR suspende comercial da NotCo com bebês mamíferos após reclamação da Parmalat
A polêmica campanha da NotCo, que reimagina os icônicos bebês mamíferos eternizados pela Parmalat em suas propagandas, foi alvo de uma liminar expedida pelo CONAR. A entidade de autorregulamentação publicitária determinou a suspensão imediata da veiculação do comercial após receber uma denúncia formal da Parmalat. Segundo a empresa, a estratégia da NotCo utilizaria elementos visuais e conceituais associados à sua marca histórica de forma a gerar confusão ou apropriação indevida, desrespeitando os direitos de propriedade intelectual e a identidade construída ao longo de décadas. A NotCo, reconhecida por suas inovações em produtos à base de plantas, frequentemente utiliza abordagens criativas e provocativas em sua comunicação publicitária, buscando dialogar com um público cada vez mais consciente sobre suas escolhas alimentares e o impacto delas no meio ambiente e na saúde. A estratégia de revisitar ícones publicitários do passado visa criar uma ponte entre a tradição e a inovação, mas neste caso, parece ter extrapolado os limites aceitáveis pela indústria e por concorrentes diretos. O CONAR, ao analisar a denúncia, considerou a gravidade da alegação e a potencial confusão no mercado, justificando a medida cautelar para evitar maiores impactos enquanto o caso é devidamente apurado. A decisão do CONAR impõe à gigante de alimentos plant-based a necessidade de remover o comercial de todas as plataformas de veiculação, incluindo televisão, rádio, mídia online e redes sociais, até que uma análise mais aprofundada seja concluída ou um acordo seja alcançado entre as partes envolvidas. Esta suspensão, em caráter liminar, sinaliza a importância de respeitar a originalidade e os direitos autorais no saturado mercado publicitário, especialmente quando se trata de elementos que marcaram gerações. A empresa francesa de laticínios, por meio de sua representação legal, argumenta que a semelhança visual e a remissão direta à sua campanha histórica sem o devido licenciamento ou autorização configurariam um ato de concorrência desleal, passível de sanções legais e regulatórias. O debate jurídico e ético em torno da apropriação de elementos de campanhas icônicas por novas marcas ganha força com este caso, convidando a uma reflexão sobre os limites da criatividade e do respeito à trajetória mercadológica de outras empresas. A NotCo, por sua vez, defende a liberdade de expressão e a importância da liberdade de escolha para o consumidor, argumentando que a referência aos bebês mamíferos serve como um gatilho para discutir a origem dos alimentos e promover alternativas mais sustentáveis e éticas. A marca acredita que a interpretação utilizada na sua campanha não se trata de um plágio, mas sim de uma homenagem e uma forma de engajar o público em um diálogo sobre o futuro da alimentação. A empresa ressalta que o comercial busca estimular a reflexão sobre de onde vêm os alimentos que consumimos, incentivando os consumidores a fazerem escolhas mais conscientes e alinhadas aos seus valores. A NotCo mantém uma postura firme em relação à sua campanha, declarando que está à disposição do CONAR para prestar todos os esclarecimentos necessários e confia que a análise criteriosa irá comprovar a legitimidade de sua ação publicitária. A companhia também aproveita para reforçar seu compromisso com a inovação e com a oferta de produtos que beneficiem tanto os consumidores quanto o planeta, destacando que a campanha em questão faz parte de uma estratégia de comunicação mais ampla voltada para a educação e conscientização sobre sistemas alimentares mais sustentáveis. O desdobramento deste caso poderá estabelecer um precedente importante para futuras campanhas que se inspirem em materiais publicitários de marcas já estabelecidas, ditando novas regras sobre a linha tênue entre a inspiração e a violação de direitos. A Parmalat, com sua longa trajetória no mercado brasileiro, demonstra estar vigilante quanto à proteção de sua identidade e legado publicitário. A NotCo, por outro lado, reafirma seu papel de disruptora e inovadora, mesmo que isso signifique enfrentar batalhas regulatórias e debates intensos sobre as estratégias de comunicação.