Furor pela cirurgia de mudança de cor dos olhos: Influenciadores levam riscos à tona
A busca por um visual diferente e alinhado às tendências lançadas por influenciadores digitais tem levado muitas pessoas a considerarem procedimentos estéticos invasivos. A última febre entre celebridades e personalidades da internet é a cirurgia para mudar a cor dos olhos, um procedimento que promete transformar íris castanhas em azuis ou verdes, por exemplo. No entanto, o que parece ser um simples avanço da medicina estética esconde uma série de perigos que podem comprometer seriamente a saúde ocular e até mesmo a visão. Médicos oftalmologistas têm emitido alertas contundentes sobre os riscos envolvidos, descrevendo o procedimento como desnecessário e potencialmente devastador. A popularização dessa prática levanta discussões importantes sobre os limites da intervenção estética e a responsabilidade de figuras públicas na disseminação de modismos com riscos à saúde.
A cirurgia de mudança de cor dos olhos mais conhecida é a implantação de uma íris artificial colorida sobre a íris natural do paciente. Este implante, feito de silicone, é inserido através de uma incisão na córnea. Contudo, os riscos são significativos e incluem desde reações inflamatórias graves e contínuas, conhecidas como uveíte, até o desenvolvimento de glaucoma, uma condição que danifica o nervo óptico e pode levar à cegueira irreversível. A presença do corpo estranho no olho também pode causar atrito com estruturas oculares sensíveis, resultando em lesões na córnea e no cristalino, e afetando a qualidade da visão a longo prazo. Exemplos de complicações graves, como o relatado por Andressa Urach, que sentiu dor intensa e medo de ficar cega após o procedimento, evidenciam a gravidade dos efeitos colaterais.
É crucial entender que a cor dos olhos é determinada pela quantidade e tipo de melanina na íris. Atualmente, não existe um método seguro e comprovado para alterar a cor natural dos olhos de forma permanente sem gerar riscos. Métodos como o uso de lentes de contato coloridas são uma alternativa temporária e significativamente mais segura, pois não envolvem intervenção cirúrgica invasiva e podem ser facilmente removidos. A insistência em procedimentos cirúrgicos arriscados para fins puramente estéticos, ignorando os conselhos médicos, demonstra uma preocupação excessiva com a aparência em detrimento da saúde, uma tendência preocupante alimentada em parte pela cultura da comparação nas redes sociais.
Diante desse cenário, a orientação médica é clara: evitar o procedimento cirúrgico para mudança da cor dos olhos. A saúde ocular é um bem precioso que deve ser preservado. Em vez de buscar transformações radicais e arriscadas, é fundamental priorizar o acompanhamento regular com oftalmologistas e a adoção de hábitos saudáveis para manter a visão em dia. A busca por tendências estéticas não pode jamais se sobrepor à segurança e ao bem-estar individual. A decisão de submeter-se a qualquer procedimento médico, especialmente um de natureza estética e com riscos conhecidos, exige informação completa, ponderação e, acima de tudo, um profissional de saúde qualificado que possa orientar sobre os reais benefícios e perigos envolvidos.