A Polícia italiana confirmou ter localizado a deputada federal Carla Zambelli, que atualmente reside no país. A informação, veiculada por diversos órgãos de imprensa brasileiros, indica que a fase de identificação do paradeiro foi concluída. No entanto, a complexidade jurídica e a burocracia inerente aos processos de extradição têm atrasado qualquer medida mais concreta, como uma eventual prisão ou repatriação da parlamentar. A situação de Zambelli gerou intenso debate público e político no Brasil. A advogada Roberta Lanza, especialista em extradição e conhecida por defender o comediante italiano Cesare Battisti, assumiu a defesa da deputada, o que adiciona uma camada de complexidade ao processo. A escolha dessa defesa sinaliza uma estratégia focada em contestar juridicamente qualquer pedido de extradição que possa ser formalizado, utilizando precedentes e argumentos relacionados à soberania e ao direito internacional. Paralelamente, a situação de Zambelli tem ramificações políticas significativas no Brasil. O presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Hugo Motta, tem enfrentado pressão de deputados, o que tem ampliado o conflito com o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF). Esse atrito ocorre após um período de relativa trégua, indicando que questões envolvendo parlamentares e o judiciário continuam a ser um vetor de instabilidade política. O caso destaca ainda o delicado equilíbrio entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A discussão em torno da deputada também aborda a questão do bloqueio de bens. Apesar da fuga, a Justiça, segundo o Consultor Jurídico, tem entendido que a ausência de Zambelli não autoriza, por si só, o bloqueio de bens para garantir o pagamento de indenização. Essa decisão levanta debates sobre os limites do rastreamento de ativos e a aplicação da lei em casos de evasão, sublinhando a necessidade de comprovação de elementos específicos para justificar medidas como o bloqueio, que pode afetar o patrimônio pessoal de forma irreversível.