A Câmara Municipal de Belo Horizonte votou pela rejeição do projeto de lei que propunha a Tarifa Zero para o transporte público na capital mineira. A decisão ocorreu após intensos debates e manifestações, que expuseram divisões de opinião entre os vereadores e setores da sociedade. Defensores da medida argumentam que a gratuidade do transporte público é um direito social e um importante fomento para a economia, permitindo maior acesso a oportunidades de emprego, educação e lazer para a população de baixa renda. Estudos acadêmicos, como o realizado pela UFMG, indicam que a implementação da Tarifa Zero poderia gerar impactos socioeconômicos positivos significativos, como a redução do custo de vida para famílias, o estímulo ao comércio local e a diminuição da evasão escolar e do desemprego. A proposta, que ganhou força com o apoio de movimentos sociais e a figura de Álvaro Damião, visava transformar o sistema de mobilidade urbana, tornando-o mais inclusivo e acessível em um cenário onde o custo do transporte tem pesado cada vez mais no bolso dos cidadãos. No entanto, a proposta enfrentou forte oposição, especialmente de setores ligados ao setor empresarial e financeiro. A preocupação expressa por agentes do mercado financeiro, como a Faria Lima, reside nos custos de implementação de uma medida como a Tarifa Zero, que demandaria a busca por novas fontes de financiamento para cobrir os custos operacionais e de manutenção do sistema. A incerteza sobre a viabilidade financeira e os impactos fiscais foram pontos centrais levantados pelos opositores, que temem um possível desequilíbrio nas contas públicas e a necessidade de represamento de investimentos em outras áreas essenciais. A derrubada do projeto em BH se insere em um debate nacional sobre a sustentabilidade e o futuro das políticas de mobilidade urbana, especialmente após experiências e discussões em outras cidades pelo país e até mesmo no exterior, onde a Tarifa Zero tem sido aplicada ou considerada como uma solução para os crescentes desafios do transporte coletivo.