O calor intenso, cada vez mais presente em diversas regiões, pode representar um sério risco à saúde cardiovascular, especialmente no que diz respeito ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Essa condição médica grave, que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido ou reduzido, pode ter suas ocorrências significativamente elevadas em períodos de temperaturas extremas. O corpo humano trabalha constantemente para manter sua temperatura interna em um nível estável, um processo conhecido como termorregulação. Quando exposto a um calor excessivo, o organismo precisa de um esforço maior para dissipar o calor, o que pode levar à desidratação e alterações na pressão sanguínea. A desidratação, por si só, já é um fator de risco para o AVC, pois o volume sanguíneo diminui, tornando o sangue mais espesso e propenso a formar coágulos. Ademais, o calor pode causar vasodilatação periférica, desviando o fluxo sanguíneo de órgãos vitais em direção à pele para ajudar na refrigeração. Essa mudança pode levar a uma diminuição da perfusão cerebral em indivíduos mais vulneráveis. Para mitigar esses riscos, é fundamental adotar medidas preventivas eficazes durante os dias quentes. Manter-se hidratado é primordial, consumindo água regularmente, mesmo sem sentir sede, e evitando bebidas alcoólicas e açucaradas que podem agravar a desidratação. Buscar ambientes frescos, usar roupas leves e claras, e evitar a exposição direta ao sol nos horários de maior incidência, entre 10h e 16h, são outras estratégias importantes. Pessoas com histórico de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes ou idosos devem ter atenção redobrada e seguir rigorosamente as orientações médicas. A comunidade médica reforça a importância da conscientização sobre a relação entre calor e AVC, incentivando a população a estar atenta aos sinais de alerta, como tontura, desorientação, fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade de fala ou visão e dor de cabeça intensa. A rápida identificação desses sintomas e a busca por atendimento médico de emergência podem ser decisivas para a recuperação e minimização das sequelas.