Um estudo recente divulgado pelo jornal Estadão aponta para uma realidade preocupante: uma parcela significativa da população brasileira enfrenta dificuldades em controlar o diabetes e a hipertensão, mesmo quando está sob tratamento médico. A pesquisa indica que cerca de metade dos pacientes com essas condições crônicas não atingem os níveis desejados de controle, o que eleva o risco de complicações graves a longo prazo. Essa falta de controle adequado não apenas impacta a qualidade de vida dos indivíduos afetados, mas também representa um desafio considerável para o Sistema Único de Saúde (SUS), sobrecarregando hospitais e aumentando os custos com tratamentos de doenças secundárias. A complexidade dessas comorbidades exige um acompanhamento multidisciplinar e contínuo, que nem sempre é acessível a todos. A adesão ao tratamento é um fator crucial, mas a falta de informação, o acesso limitado a medicamentos de qualidade, questões socioeconômicas e a própria gestão da rotina de cuidados podem dificultar a manutenção do controle. Muitos pacientes, ao se sentirem melhorizados temporariamente, tendem a relaxar na medicação ou na mudança de hábitos, o que eventualmente leva ao descontrole das doenças. A pesquisa também sugere que a educação em saúde desempenha um papel fundamental, capacitando os pacientes a compreenderem a importância do manejo diário, da dieta equilibrada, da prática regular de exercícios físicos e do monitoramento constante dos níveis de glicose e pressão arterial. Portanto, é essencial que as políticas públicas de saúde priorizem não apenas o acesso ao diagnóstico e tratamento, mas também programas robustos de educação e acompanhamento a longo prazo, visando melhorar a adesão e a eficácia dos cuidados. O desafio é multifacetado, abrangendo desde a conscientização individual até a estruturação de um sistema de saúde mais preparado para lidar com a crescente epidemia de doenças crônicas não transmissíveis no país, que afeta milhões de brasileiros e compromete a saúde pública