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Brasil buscará negociar cotas de exportação de carne com a China e flexibilizar tarifas

O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou em entrevista à CNN Brasil que o Brasil iniciará negociações com a China para discutir a possibilidade de flexibilizar a recente medida que impõe uma tarifa de 55% sobre a importação de carne bovina quando esta ultrapassa um determinado volume. Segundo Fávaro, o governo buscará que as cargas de carne brasileiras já em trânsito para a China não sejam penalizadas pela nova tarifa, argumentando que estas foram negociadas e embarcadas sob as regras anteriores. Essa solicitação visa mitigar os impactos imediatos sobre os acordos comerciais já estabelecidos e proteger os exportadores brasileiros de perdas significativas. A estratégia é demonstrar a importância do Brasil como fornecedor confiável e de alta qualidade de proteína animal para o mercado chinês, buscando um diálogo construtivo para encontrar soluções que beneficiem ambos os países. A China, por sua vez, tem como objetivo principal defender sua produção nacional de suínos e bovinos, que tem enfrentado desafios recentes. A imposição de salvaguardas, como a tarifa sobre a carne bovina, é uma ferramenta comum utilizada por países para regular o fluxo de importações e proteger suas cadeias produtivas. Para o Brasil, o mercado chinês é um dos destinos mais importantes para suas exportações de carne, representando um volume considerável das vendas externas. Portanto, qualquer alteração nas regras de acesso a este mercado gera preocupações sobre o ritmo de crescimento do setor e a rentabilidade dos produtores. A expectativa é que as negociações possam levar a um acordo que permita um fluxo mais estável de comércio, possivelmente com ajustes nos volumes das cotas ou em mecanismos de precificação, evitando oscilações bruscas que prejudiquem os elos da cadeia produtiva brasileira, desde os pecuaristas até as indústrias frigoríficas. O setor agropecuário brasileiro tem investido em sanidade animal e tecnologia para garantir a qualidade e a segurança alimentar dos produtos exportados, características que deverão ser ressaltadas durante as conversas diplomáticas. O sucesso dessas negociações será crucial para a manutenção da competitividade da carne brasileira no cenário internacional e para a estabilidade do mercado interno, que pode sentir a pressão sobre os preços da arroba no curto prazo caso as exportações para a China sejam significativamente afetadas.