O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o Brasil está empenhado em negociações diretas com autoridades americanas de alto escalão, incluindo secretários, para tentar reverter a tarifação imposta pelos Estados Unidos. A declaração aponta para um esforço diplomático intenso, onde o sucesso dependerá fundamentalmente da disposição mútua em encontrar uma solução que atenda aos interesses de ambos os países. Essa abordagem bilateral visa contornar a imposição unilateral que afeta diretamente as exportações brasileiras e a balança comercial nacional.
A postura do Brasil não se limita apenas ao diálogo bilateral. Em fóruns internacionais como a Organização Mundial do Comércio (OMC), o país tem sido vocal na crítica às políticas protecionistas, recebendo apoio significativo de blocos como a União Europeia, Canadá e os BRICS. Essa frente unida busca criar pressão para que práticas comerciais mais livres e justas prevaleçam, refletindo a insatisfação de diversas economias com as medidas americanas. A estratégia do Brasil, portanto, combina a diplomacia direta com a articulação em redes multilaterais de poder, visando um recuo americano nas tarifas.
Em caso de insucesso nas negociações e persistência das tarifas americanas, o governo brasileiro já sinalizou que não hesitará em adotar medidas retaliatórias. Essa ameaça de contramedidas reflete a seriedade com que o Brasil encara a questão, demonstrando que está preparado para defender seus interesses econômicos caso o caminho do diálogo não produza os resultados esperados. A iminência de uma guerra comercial nas tarifas, embora indesejada, evidencia a determinação brasileira em proteger seu mercado e suas empresas.
Adicionalmente, as declarações de Haddad também tocaram em um ponto político interno, ao comentar sobre o posicionamento de alguns governadores em relação à tarifação. A observação de que alguns governadores estariam mudando sua postura sugere um reconhecimento tardio da importância de uma política comercial coesa e alinhada entre os diferentes níveis de governo. A unidade nacional em matéria de política externa e econômica é vista como um fator crucial para fortalecer a posição do Brasil nas negociações internacionais, especialmente em momentos de tensão comercial como este.