O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou forte interesse em estreitar laços com a Índia, especialmente no que tange ao desenvolvimento tecnológico e à segurança internacional. Durante um encontro com o Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi, Lula expressou o desejo do Brasil em adotar o modelo digital indiano para regular e enfrentar a influência das grandes empresas de tecnologia (big techs). Essa iniciativa visa garantir maior soberania digital e proteger os dados dos cidadãos brasileiros, buscando um equilíbrio nas relações entre o mercado digital global e as legislações nacionais. A Índia, por sua vez, tem se destacado por sua abordagem pragmática na regulação do setor, propondo soluções que poderiam servir de inspiração para outros países. Este diálogo representa uma frente de colaboração promissora em um cenário onde a governança da internet e o poder das plataformas digitais são temas de debate global. O Brasil busca se inspirar nas experiências indianas para fortalecer sua própria infraestrutura digital e criar um ambiente regulatório mais equitativo, que beneficie tanto os usuários quanto as empresas locais. A cooperação tecnológica entre as duas nações pode impulsionar inovações e criar novas oportunidades de mercado. A busca por independência tecnológica se alinha com a política externa brasileira de diversificar parcerias e fortalecer sua posição no cenário global, buscando alternativas aos modelos dominantes de tecnologia. O Brasil está atento às tendências internacionais e busca adaptar as melhores práticas para suas necessidades específicas, visando um desenvolvimento sustentável e inclusivo. A convergência de interesses em áreas como a tecnologia reforça o potencial de uma aliança estratégica entre o Brasil e a Índia. Essa colaboração pode se estender para outros setores, como a área da saúde, com a Índia buscando agilizar a liberação de medicamentos no mercado brasileiro, o que pode resultar em acesso mais rápido a tratamentos importantes para a população brasileira. A iniciativa de facilitar a entrada de medicamentos indianos no Brasil reflete um desejo mútuo de ampliar o acesso a bens e serviços essenciais, além de promover o intercâmbio comercial e científico entre os dois países. A agilização desses processos pode beneficiar diretamente os pacientes, oferecendo novas opções terapêuticas e contribuindo para a saúde pública. A Índia é um dos maiores produtores de medicamentos genéricos do mundo, e sua expertise neste setor pode ser de grande valia para o Brasil. Essa cooperação não apenas melhora o acesso à saúde, mas também fortalece as relações bilaterais em um setor de grande importância para o bem-estar social. A troca de conhecimento e tecnologia na área farmacêutica pode impulsionar a inovação e a pesquisa no Brasil, fortalecendo a indústria farmacêutica nacional. O alinhamento de posições em fóruns internacionais, como o pedido conjunto por assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU, também sobressaiu. Essa demanda conjunta reflete a ambição de ambos os países em ter uma voz mais expressiva nas decisões globais e em reformar a arquitetura da governança mundial para torná-la mais representativa e eficaz. A busca por uma reforma da ONU, onde o Brasil e a Índia reivindicam maior protagonismo, é um tema recorrente em suas agendas diplomáticas. Ambos entendem que a estrutura atual do Conselho de Segurança não reflete a realidade geopolítica do século XXI e que sua ampliação com a inclusão de novos membros permanentes é necessária para uma maior legitimidade e capacidade de ação. O desejo de maior representatividade nas decisões globais reflete a crescente influência desses países emergentes no cenário internacional e a necessidade de adaptar as instituições multilaterais às novas dinâmicas de poder. A posição conjunta reforça a importância do BRICS e de outras alianças emergentes na construção de uma ordem mundial mais multipolar e democrática. Enquanto discutiam essas questões políticas e diplomáticas, Lula também lamentou a persistência de guerras e conflitos ao redor do mundo, enfatizando a necessidade de buscar caminhos pacíficos para a resolução de disputas, inspirados pelos ensinamentos de Mahatma Gandhi. Essa reflexão sobre a importância da paz e da não-violência, valores centrais na filosofia de Gandhi, demonstra uma preocupação compartilhada entre os líderes em construir um mundo mais harmonioso e justo. As declarações emitidas em conjunto ressaltam um compromisso mútuo com a diplomacia, o diálogo e a busca por soluções pacíficas, mesmo em face de tensões geopolíticas crescentes. O contexto global atual, marcado por conflitos em diversas regiões, torna as palavras de Lula e Modi ainda mais significativas, servindo como um apelo à busca por métodos pacíficos de resolução de conflitos e ao respeito pelos princípios do direito internacional. A inspiração nos ensinamentos de Gandhi, um dos maiores defensores da paz e da resistência não-violenta, reforça a mensagem de que é possível superar adversidades através do diálogo e da compreensão mútua, evitando a escalada da violência. Essa abordagem pacífica é um pilar fundamental para a construção de um futuro mais estável e próspero para todas as nações. Portanto, o diálogo entre Brasil e Índia abrange desde questões tecnológicas e de saúde até a busca por uma maior participação no cenário internacional e a promoção da paz mundial, sinalizando parcerias estratégicas e um alinhamento de visões sobre o futuro global.