Brasil registra 37 casos de sarampo, mas mantém status de área livre da doença
O Ministério da Saúde anunciou que o Brasil registrou 37 casos de sarampo em 2023, um aumento em relação aos anos anteriores. No entanto, ainda que a doença tenha sido detectada em território nacional, o país mantém o reconhecimento oficial como área livre do sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa distinção é resultado de um trabalho árduo e contínuo de vigilância epidemiológica e cobertura vacinal, que são cruciais para evitar a circulação generalizada do vírus e surtos de grande proporção. A manutenção desse status é um indicativo da eficácia das estratégias de saúde pública adotadas no país.
É importante contextualizar que a região das Américas como um todo enfrentou desafios recentes na manutenção da eliminação do sarampo, tendo inclusive perdido a certificação global em 2021. Essa perda de status ocorreu devido à queda nas taxas de vacinação em diversos países americanos, que por sua vez levaram ao ressurgimento de casos e surtos. Exemplos de países que registraram um número significativo de casos nos anos anteriores incluem os Estados Unidos e o Canadá, que antes eram considerados exemplos de controle da doença. A situação global também contribui para esse cenário, com surtos importantes ocorrendo em outras partes do mundo, como na Europa e na Ásia, aumentando o risco de importação do vírus.
Para combater a ameaça do sarampo, o Ministério da Saúde tem intensificado suas ações, focando na importância da vacinação como principal ferramenta de prevenção. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é segura e eficaz, e a adesão ao calendário vacinal é fundamental para manter a imunidade coletiva em níveis adequados. A vigilância em saúde atua monitorando de perto qualquer caso suspeito, realizando investigação epidemiológica e adotando medidas rápidas para conter possíveis focos de transmissão. A comunicação com a população sobre a importância da vacinação e a desmistificação de informações falsas sobre as vacinas também são pilares importantes dessa estratégia.
Apesar dos 37 casos confirmados, o número ainda é considerado baixo em comparação com a dimensão continental do Brasil e com a capacidade de circulação do vírus em um contexto global de ressurgimento da doença. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforça a necessidade de os países manterem altas coberturas vacinais, em torno de 95% para a primeira e segunda dose da vacina tríplice viral, para garantir a imunidade de rebanho e prevenir a reintrodução e disseminação do sarampo. O Brasil, com seu histórico de sucesso na erradicação de doenças através da vacinação, como a própria varíola, demonstra a capacidade de gerenciar essas ameaças à saúde pública quando há compromisso governamental e adesão da população.