Bolsonaro contesta delação, nega golpe e afirma ter ordenado transição; defesa pede absolvição
O ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de sua defesa, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestações veementes contra alegações de que teria orquestrado um golpe de estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os argumentos apresentados, Bolsonaro teria sempre defendido os princípios democráticos e, em vez de promover um golpe, ordenou o processo de transição de governo, contrariando a narrativa que o incrimina. Esta defesa busca desqualificar as acusações, que classificam de absurdas e baseadas em uma interpretação equivocada dos fatos e das declarações prestadas em processos como delações premiadas. A estratégia adotada visa demonstrar a inocência do ex-chefe do executivo frente a qualquer pretensão de ruptura institucional, focando na legalidade e na ordem constitucional vigente durante seu mandato. O ex-presidente, por intermédio de seus advogados, tem se posicionado firmemente contra o que considera um “massacre” processual, clamando por sua absolvição diante das investigações em curso que apuram supostas articulações para deslegitimar o resultado das eleições de 2022. A defesa também abordou o caso do ex-ministro Augusto Heleno, pedindo sua absolvição e insinuando a suspeição do ministro Alexandre de Moraes, indicando um direcionamento nas decisões judiciais emitidas no âmbito dessas investigações, o que adiciona uma camada de complexidade ao cenário jurídico e político em torno do ex-presidente e seus aliados. Em um movimento que visa reforçar a narrativa de inocência e de respeito às instituições democráticas, a defesa de Bolsonaro tem buscado apresentar uma contraposição robusta às provas e testemunhos que sustentam as investigações, numa tentativa de influenciar o desfecho dos processos e proteger a imagem pública do ex-presidente. A estratégia defensiva, além de focar na contestação das delações e na alegação de inexistência de um plano de golpe, também se volta para a desqualificação das acusações e para a demonstração de que os atos praticados estavam em conformidade com a lei. Paralelamente, a menção à suspeição do ministro Alexandre de Moraes em relação a Augusto Heleno sugere uma tentativa de minar a credibilidade das investigações e dos julgadores, procurando criar um ambiente de dúvida sobre a imparcialidade do judiciário.