Em uma demonstração de estratégia política e reforço de sua base de apoio, o ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou uma carta aberta nesta quarta-feira (27/12), na qual oficializa a pré-candidatura de seu filho, Flávio Bolsonaro, ao Palácio do Planalto para as eleições presidenciais de 2026. A missiva não apenas lança o senador como um potencial desafiante a Luiz Inácio Lula da Silva, mas também ressalta a continuidade do projeto político defendido pela família e seus aliados. A divulgação da carta ocorre em um momento considerado crucial para a articulação de candidaturas futuras, buscando consolidar o nome de Flávio e mobilizar o eleitorado conservador que tem em Jair Bolsonaro uma figura central. A comparação implícita com a ressurreição e o simbolismo do Natal, utilizada por alguns analistas para descrever o tom da carta, sugere uma tentativa de reposicionamento e fortalecimento da imagem, capitalizando em momentos de significado religioso e cultural para a parcela da população que se identifica com esses valores. A cirurgia à qual Bolsonaro se submeteu recentemente é vista por alguns setores como um evento que, embora de natureza médica, ganhou contornos de ato político, com a divulgação da carta servindo para evidenciar a força e a unidade do grupo político em torno do ex-presidente, mesmo em um período de recuperação física. O manifesto, classificado por alguns como um exemplo de ‘improviso calculado’, demonstra a habilidade da família Bolsonaro em gerenciar sua comunicação e capitalizar eventos, transformando situações pessoais em manobras políticas. A carta busca, portanto, não apenas apresentar Flávio Bolsonaro como uma alternativa para 2026, mas também fortalecer a narrativa de perseguição e resistência, elementos que frequentemente mobilizam a base bolsonarista. A confirmação de Flávio como pré-candidato estabelece um marco importante nas movimentações da direita brasileira, direcionando os holofotes para um nome que há muito se preparava para um papel de maior destaque nacional, em um cenário de polarização política que deve continuar a moldar os próximos pleitos eleitorais no Brasil.