O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para um ato neste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo, onde promete um discurso especialmente preparado, descrito por ele como “diferente”. A declaração sugere uma estratégia de comunicação focada em mobilizar sua base e responder às crescentes pressões políticas e judiciais que enfrenta. A escolha da Avenida Paulista, um local simbólico da cidade de São Paulo e palco de diversas manifestações políticas ao longo da história, reforça a intenção de demonstrar força e apoio popular. Bolsonaristas veem o evento como uma oportunidade de reafirmar o apoio ao ex-presidente, que tem sido alvo de investigações em diversas frentes, incluindo relativas ao período de seu mandato e aos eventos que cercaram o final de seu governo. A menção de Bolsonaro de que “ninguém tem dúvida que o alvo sou eu” em relação ao STF explicita o caráter político e de confronto que o ato pretende assumir. A judicialização da política brasileira tem sido um tema recorrente, e o ex-presidente busca, através deste ato, contrapor a narrativa que, em sua visão, o persegue. A expectativa é que o discurso aborde temas como a atuação do Poder Judiciário, a liberdade de expressão e defesas contra o que ele considera perseguições políticas. Além de Bolsonaro, o ato contará com a presença de alguns governadores aliados, o que confere uma dimensão ainda maior à mobilização. A articulação com figuras de outras esferas políticas demonstra a tentativa de consolidar um bloco de oposição e de apoio a Bolsonaro, buscando capitalizar a insatisfação de setores da sociedade com o atual governo e com as decisões do STF. A presença de governadores no palanque pode significar um fortalecimento da imagem de Bolsonaro como líder de um movimento político mais amplo. No entanto, o ato também gera controvérsia e críticas. Setores da sociedade e da oposição veem a convocação como um desrespeito às instituições democráticas e um potencial incitação à polarização. Discute-se a possibilidade de o ato tangenciar temas como anistia para envolvidos em eventos passados e a abertura de processos contra o próprio Bolsonaro, com o objetivo de desarticular ou pressionar o sistema judiciário. A preparação para o evento, incluindo a visita de Bolsonaro a um jogo do Palmeiras com aliados na véspera, indica uma intensa articulação política para maximizar o impacto da manifestação na Avenida Paulista.