A bolsa brasileira encerrou a semana com seu pior desempenho desde dezembro de 2022, refletindo um cenário de incerteza econômica global intensificado por ameaças de novas taxações por parte dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. O Ibovespa acumulou perdas expressivas, com a maioria das ações do índice em trajetória de queda, evidenciando a aversão ao risco por parte dos investidores. A volatilidade se tornou a marca registrada do período, com poucas ações conseguindo sustentar ganhos significativos, enquanto um número considerável de papéis registrou desvalorizações expressivas, ultrapassando a marca de 10% em alguns casos.

As movimentações de Trump, que sinalizou a possibilidade de impor tarifas sobre produtos de diversas economias, inclusive de parceiros comerciais tradicionais, criaram um ambiente de receio generalizado. Essa postura protecionista, se concretizada, tende a afetar cadeias de suprimentos globais, aumentar custos de produção e, consequentemente, impactar margens de lucro de empresas em diversos setores. No Brasil, a notícia gerou apreensão quanto ao possível reflexo nas exportações de commodities e produtos manufaturados, elevando a preocupação com o desempenho do saldo comercial e o crescimento econômico.

Em meio a essa turbulência cambial e de mercado, o dólar americano fortaleceu-se consistentemente frente ao real brasileiro, encerrando a semana com uma desvalorização considerável da moeda nacional. A alta do dólar não apenas encarece produtos importados, mas também pode pressionar a inflação e aumentar o custo da dívida externa, adicionando mais um fator de instabilidade para a economia brasileira. A alta de 2,28% observada no período é um indicativo claro da fuga de capitais e da busca por ativos considerados mais seguros em tempos de incerteza.

Nesse contexto, o mercado de criptomoedas também apresentou movimentos relevantes, com o Bitcoin atingindo novas máximas. Essa performance isolada do Bitcoin pode ser interpretada como uma busca por ativos alternativos e digitais em um cenário de instabilidade em mercados tradicionais, embora a natureza volátil dessas moedas digitais signifique que tais máximas podem ser temporárias. A semana, portanto, foi marcada por um aglomerado de fatores externos e internos que desestabilizaram o cenário econômico e financeiro brasileiro de forma acentuada.