Bira Presidente, Fundador do Cacique de Ramos, Morre aos 88 Anos
Ubirajara Ferreira de Souza, mais conhecido como Bira Presidente, um dos pilares do samba e cofundador do lendário bloco carnavalesco Cacique de Ramos, faleceu no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Sua partida representa uma perda inestimável para a cultura brasileira e, em particular, para o universo do samba, onde ele foi uma figura de proa por décadas. O Cacique de Ramos, sob sua liderança e visão, tornou-se um dos mais importantes celeiros de talentos do samba, revelando nomes que marcariam a história do gênero musical. Fundado em 1961, o Cacique de Ramos, situado em Olaria, na Zona Norte do Rio, é reconhecido como um dos palcos mais autênticos e efervescentes do samba e do pagode. A roda de samba promovida pelo bloco, muitas vezes com a presença assídua de Bira Presidente, se consolidou como um celeiro de talentos, influenciando gerações de sambistas e, em muitos aspectos, redefinindo a própria forma de se fazer e ouvir samba. Nomes como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Almir Guineto, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, e Beth Carvalho tiveram forte ligação ou foram descobertos no âmbito do Cacique, evidenciando a importância do local e da figura de Bira Presidente. A contribuição de Bira Presidente vai além da simples organização de eventos; ele personificava o espírito do samba, com sua alegria contagiante, sua paixão pela música e seu comprometimento com a comunidade. Sua liderança no Cacique de Ramos foi fundamental para manter viva a tradição da roda de samba, um formato tão importante para a criação e disseminação das composições. Desta forma, ele não só promoveu encontros musicais, mas também fomentou um ambiente de camaradagem e criatividade que se tornou referência para artistas e amantes do samba. A notícia de seu falecimento gerou uma onda de homenagens e luto por parte de artistas, músicos, celebridades e o público em geral. A ausência de Bira Presidente será sentida, mas seu legado de dedicação ao samba, sua contribuição para a formação de grandes nomes da música e a perpetuação do Cacique de Ramos como um símbolo da cultura popular brasileira, certamente o tornarão imortal na memória coletiva. A energia e a autenticidade que ele imprimiu ao samba continuarão a inspirar futuras gerações.