Bellintani avalia SAF do Fluminense e modelo de gestão
Oscar Pereira dos Santos Bellintani, ex-presidente do Bahia e figura chave no processo de implantação da SAF em clubes brasileiros, compartilhou suas opiniões sobre o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) adotado pelo Fluminense. Sua experiência prévia com o Bahia, onde foi um dos pioneiros na adoção do modelo, confere um peso especial às suas ponderações. Bellintani destacou a importância de uma análise cuidadosa sobre o aporte financeiro proposto pelo Fluminense, questionando se ele representa o maior investimento já visto no futebol brasileiro. Essa análise se estende também para a estrutura de governança, especialmente em modelos que buscam envolver os torcedores no processo decisório. A declaração de Fabíola Andrade, que sugere que a SAF com torcedores no comando pode ser um caminho viável, encontra eco nas preocupações de Bellintani sobre a manutenção da identidade e dos valores clubísticos em meio à profissionalização da gestão. O envolvimento da torcida é frequentemente apontado como um diferencial para a sustentabilidade e engajamento em longo prazo, o que a tornaria um fator crítico na avaliação do sucesso de uma SAF. No entanto, a forma como essa participação é estruturada é fundamental para evitar conflitos de interesse e garantir a eficiência na tomada de decisões estratégicas. A proposta de SAF do Fluminense tem gerado intenso debate, com informações sobre uma proposta formal de compra sendo divulgadas, indicando um avanço concreto na negociação. Após a apresentação do projeto ao Conselho Deliberativo, a expectativa é que o modelo ganhe ainda mais projeção e influencie futuras discussões sobre a estrutura financeira e de gestão dos clubes brasileiros. “É crucial que os clubes envolvidos nesses processos de SAF compreendam a complexidade da transição e busquem um modelo que harmonize os interesses comerciais com a paixão e o pertencimento da torcida”, comentou Bellintani em entrevista recente. A evolução deste modelo de gestão no futebol brasileiro é marcada por uma busca constante por equilíbrio, onde a eficiência administrativa e a capacidade de atrair investimentos se combinam com a preservação da cultura e dos valores que moldam a identidade de cada clube. O Fluminense, ao avançar com a sua SAF, insere-se nesse contexto de transformação, e as análises de especialistas como Bellintani oferecem perspectivas valiosas para entender os potenciais rumos desse movimento.