O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou em sua última ata que o ciclo de alta da taxa Selic pode estar próximo de uma pausa, tranquilizando o mercado financeiro. A expectativa é de que a taxa básica de juros permaneça em 15% ao ano por um período considerado bastante prolongado, o que pode ser um alívio para a economia em busca de estabilidade. Essa manutenção em patamares elevados, contudo, não representa um fim na vigilância ativa do BC em relação aos indicadores econômicos, especialmente a inflação. A comunicação do Copom reitera a prontidão para reagir caso as condições exijam ajustes, demonstrando um equilíbrio entre a necessidade de consolidar o controle inflacionário e a preocupação com os efeitos da política monetária restritiva sobre o crescimento econômico. A antecipação do fim do ciclo de altas, mencionada no comunicado, sugere uma confiança moderada na trajetória atual da inflação e nos impactos das medidas já implementadas. No entanto, a ênfase na vigilância contínua e na flexibilidade para agir reforça que o cenário econômico ainda apresenta incertezas significativas, justificando uma postura cautelosa por parte da autoridade monetária. A avaliação do Copom é que grande parte do efeito das elevações anteriores da Selic ainda não se materializou completamente na economia, o que também corrobora a decisão de manter a taxa em um nível restritivo por mais tempo, visando assegurar o cumprimento das metas inflacionárias. O mercado, por sua vez, reage a essas sinalizações com ajustes em suas projeções, como a redução da expectativa para a inflação em 2025 por parte do Focus, mas também com a elevação das projeções para a própria Selic por alguns agentes, evidenciando um cenário de expectativas ainda volátil. Essa dinâmica entre as sinalizações do BC e as reações do mercado reflete a complexidade do ambiente macroeconômico atual e a constante necessidade de adaptação das estratégias de política monetária para navegar por ele.